A história da Mene & Portella é um exemplo de como o mindset de inovação radical deixou de ser um privilégio das rodas da Faria Lima para virar conversa diária de empreendedores do Oiapoque ao Chuí.

Na virada dos anos 2010, os sócios começaram uma agência de publicidade para atender clientes da região Norte.

“Éramos estudantes de Economia em busca de uma oportunidade de negócio para começar do zero e crescer rápido”, diz Mêne Melo.

“Tínhamos nada a ver com o universo da comunicação. A decisão de abrir algo nesse mercado foi depois de montar uma listinha com ideias de negócios e seus prós e contras.”

Nos primeiros anos, um dos pontos fortes era a montagem de materiais promocionais a empreendimentos de construtoras nacionais, como Tecnisa e Gafisa, lançados na capital do Amazonas.

De lá para cá, a atenção dos sócios voltou para outros negócios de mídia capazes de agarrar o tempo de uma audiência vasta e diversificada.

Grupo de mídia fundado no Amazonas
Pixabay

 

“O fato de não termos background em Comunicação nos obrigou a correr atrás de muita informação já com o negócio rodando”, diz Portella.

“E pra gente estava claro que só um negócio de publicidade era pouco para o tamanho das possibilidades abertas com as novas mídias.”

A guinada começa a ganhar forma há seis anos com o investimento dos sócios na One Big Media, uma agência de Minas Gerais focada na gestão de influenciadores do YouTube, atualmente com mais de 100 canais.

Onde estão as operações da Mene & Portella

No portfólio estão figurões como o comentarista Reginaldo Leme, ex-Globo e atualmente titular do canal AutoMotor.

O lucro das operações de publicidade acabaram reinvestidos na compra de participações minoritárias em outros negócios de mídia.

“Entendemos nosso papel como o de direcionar recursos e expertise para todo tipo de negócio capaz de atender às novas demandas do universo de mídia”, diz Mêne Melo.

Até a aquisição da Bossanova, o portfólio da Mene & Portella estava composto por:

  • One Big Media: media tech sócia de mais de 120 ativos digitais, boa parte deles canais no YouTube e Kwai com mais de 70 milhões de inscritos e mais de 12 bilhões de visualizações.
  • Trakto: startup de Alagoas desenvolvedora de um plataforma de design gráfico que permite ao pequeno negócio criar peças de marketing. A empresa possui mais de 500 mil usuários e 15% do faturamento vem de assinaturas no exterior. Desde a criação, a startup já captou 10 milhões de reais.
  • ShowKase: empresa de tecnologia para criação de lojas virtuais, boa parte delas voltada à venda de produtos licenciados com a marca de influenciadores digitais.
  • Hitbel: consultoria para a gestão de direitos autorais do conteúdo publicado por influenciadores digitais em plataformas de streaming como YouTube, Deezer, Spotify e Tik Tok.
  • OnMovie: plataforma para edição de vídeos a baixo custo
  • Oinc Filmes: produtora de conteúdo gospel, como o desenho animado Três Palavrinhas.
  • Non Stop: empresa especializada em marketing de influência e conteúdo on demand, responsável por nomes como Whindersson Nunes, Gkay e Simone Mendes, cuja participação minoritária foi adquirida em agosto deste ano.
  • CaptAll Ventures: veículo de investimento em startups que tem como foco geração de audiência e economia criativa, como martechs, adtechs e mediatechs, e conta com mais de 200 startups investidas.

Em 2021, o grupo de negócios ao redor da Mene & Portella faturou 250 milhões de reais, um salto frente ao volume de 2020: 100 milhões de reais.

Para este ano, a expectativa dos sócios é de alta de 100% nas receitas e chegar à marca de 500 milhões de reais… leia mais em Índices Bovespa 05/09/2022