Grupo goiano H. Egídio lidera aporte na Central da Visão
O HT3 Investimentos, braço financeiro do conglomerado goiano de fármacos e logística H. Egídio Group, está liderando uma rodada de R$ 10 milhões na plataforma oftalmológica Central da Visão. É o primeiro cheque do grupo no perfil de venture capital, que deve ganhar espaço na estratégia da companhia.
A rodada também contou com follow-on de Hangar 8 Capital, Gávea Angels, 4AM Capital, Sororitê Angel Network e Columbia Ventures Brazil. Entraram no captable os grupos Harvard Angels of Brazil e GV Angels. Essa é a terceira captação da companhia, que tinha levantado R$ 4,6 milhões em 2021 e 2022 e, neste ano, entrou no programa de aceleração da Ende
O modelo de negócio da Central da Visão, criada há oito anos, é semelhante ao que faz o Airbnb na hospedagem ou o Uber na mobilidade. A companhia funciona como uma central de agendamento de cirurgias, por meio de parceria com dezenas de clínicas particulares, que usam os horários vagos dos cirurgiões oftalmologistas para encaminhar pacientes que normalmente estão na fila do SUS, apresentando condições facilitadas de pagamento para a operação particular.
O que atraiu a HT3 para o negócio é seu potencial impacto social, conta Tiago Egídio, à frente da companhia, dada a capacidade de reduzir a sobrecarga no SUS e promover bem-estar e saúde para a população de baixa renda. Até então, a HT3 havia realizado investimentos por meio de veículos de terceiros. Agora, o braço financeiro do conglomerado goiano quer atuar como smart money em venture capital. Dos R$ 10 milhões levantado pela Central da Visão, a HT3 colocou R$ 7 milhões.
“Não queremos ser só mutuantes, mas sócios. Queremos atuar juntos”, diz Egidio. “Se adotarmos a postura de investidor padrão, fica uma relação muito fria. Pode funcionar para outros veículos, mas não para nós.” O segmento oftalmológico já tem atraído outros investidores financeiros. Fundos de private equity como XP e Pátria têm entre as teses a consolidação de hospitais e clínicas de olhos, por meio das empresas CBV e da Opty.
CEO da Central da Visão, Marta Luconi avalia que, tanto pelo envelhecimento da população quanto pelo percentual de pessoas não atendidas por planos de saúde, o serviço terá demanda crescente. Dados consolidados pela Central da Visão a partir do Portal da Transparência indicam que há atualmente 500 mil pessoas aguardando por tratamento de cirurgias de cataratas no SUS. “É um número subestimado porque só está na fila quem já teve diagnóstico. Então, na prática, pode passar de um milhão de pessoas elegíveis”, diz ela.
O novo capital vai ajudar a Central da Visão a expandir sua operação geográfica, principalmente no interior de São Paulo e chegando ao estado de Goiás, graças à parceria com o H. Egídio Group. Hoje a plataforma atua em 31 cidades por meio de 50 clínicas afiliadas e 200 cirurgiões em 14 estados. A principal meta é saltar das 20 mil cirurgias realiza realizadas para 100 mil até 2026. O faturamento foi de R$ 5,5 milhões em 2023, com R$ 27 milhões transacionados.
A Central da Visão quer também aproveitar parte do cheque para aperfeiçoar ferramentas de tecnologia, com apostas em inteligência artificial para escalar e agilizar o atendimento. Um plano mais ambicioso de crescimento inclui a entrada em outras especialidades médicas para além de oftalmologia e soluções de crédito…. leia mais em Pipeline 01/11/2024