O Grupo SMZTO — que nasceu como uma holding de franquias do empreendedor José Carlos Semenzato — está começando a conversar com investidores para levantar um novo fundo de R$ 200 milhões.

A ideia é dobrar a aposta numa tese que, segundo a empresa, tem gerado retornos anuais acima de 40%: redes de franquias de pequeno e médio porte que façam um EBITDA anual de R$ 5 milhões a R$ 15 milhões.

“É uma tese bem diferente dos VCs,” Semenzato disse ao Brazil Journal. “Buscamos ativos que geram muito caixa e que têm uma baixa demanda de capex, porque todo o investimento para a expansão vem dos franqueados.”

Segundo ele, esse nicho tem pouca competição, já que o cheque é pequeno para fundos de private equity tradicionais, “o que faz com que a gente consiga pagar mais barato pelas empresas e ter acesso a quase todos os deals.”

Grupo SMZTO prepara novo fundo

O fundo será o segundo do Grupo SMZTO. Em 2019, a companhia levantou um veículo de R$ 70 milhões, com 54% do capital vindo do family office de Semenzato.

Dessa vez, a ideia é que 30% do capital do novo fundo venha de Semenzato, e o restante de investidores.

O objetivo é investir em cinco a sete redes de franquias com cheques de R$ 10 milhões a R$ 30 milhões. O fundo vai buscar participações relevantes, mas não necessariamente o controle.

A captação será feita principalmente com family offices e empresários que já tiveram algum evento de liquidez e gostam de investir na economia real. A meta é concluir o processo no primeiro trimestre do ano que vem.

Segundo Bruno Semenzato, filho de Semenzato e CEO do Grupo SMZTO, o fundo vai operar de forma um pouco diferente dos private equities tradicionais.

A estrutura de taxas é o 2/20 e o prazo é de 10 anos, mas, depois de quatro anos, o fundo pode começar a receber os dividendos das empresas do portfólio e devolver esse capital para os LPs.

“Sempre temos o upside de vender essas empresas fazendo um retorno bom, mas depois do período de quatro anos do investimento, todo o dividendo que entra a gente distribui para os LPs,” disse Bruno. “Isso faz com que, mesmo que a gente não consiga fazer uma saída rápida, a gente gera um retorno fenomenal.”

Segundo ele, a ideia é evitar o modelo tradicional do private equity, “em que eventualmente você tem que vender uma empresa na baixa ou tem que alocar rápido, comprando a um preço ruim.”

O primeiro fundo já foi 100% alocado, investindo em empresas como a Oakberry (de açaí), a Terça da Serra (de residências para idosos), e o Instituto Gourmet (de cursos de gastronomia).

O fundo também investiu na Petlove e está ajudando a companhia a estruturar sua estratégia no varejo físico. (A ideia é eventualmente operar no modelo de franquias.)

Segundo Bruno, o case de maior sucesso do portfólio até agora é a Oakberry, uma empresa global na qual a receita em dólar e euro já é 60% do total.

Com seu family office, Semenzato também é investidor da Espaçolaser, da OdontoCompany (que já tem mais de 2.300 clínicas odontológicas) e do Instituto Embelleze…. leia mais em Brazil Journal 18/10/2022