Sócio e CEO da RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher atua especificamente na reestruturação de grandes empresas e tem certa predileção pelos casos mais complexos. Ganhou fama com casos notórios como o do Grupo X, de Eike Batista, e o da Odebrecht (hoje, Novonor). No ano passado, afirmou que a enxurrada de operações de abertura de capital (IPOs, na sigla em inglês) estava sendo motivada, em grande parte, por dificuldades financeiras das empresas e não por planos de crescimento. Também havia previsto em torno de 500 casos de recuperação judicial no pós-pandemia, o que acabou não acontecendo.

Ao programa Olhar de Líder, do Broadcast, Ricardo K, como é mais conhecido, disse que sua consultoria teve de recusar “uns 20” pedidos de assessoramento, tamanha foi a procura no último ano. Disse não acreditar em venda da Braskem ou de qualquer outro grande ativo enquanto os cenários internacional e doméstico continuarem nebulosos e afirmou que quem pagou a conta dos IPOs mal avaliados foi o investidor.

“Houve uma overdose de empresas superavaliadas que, na prática, não entregaram o que o plano de negócios previa. Alguns desses planos eram pastel de vento”, afirmou.

A seguir, o resumo da entrevista de Ricardo K. A íntegra pode ser conferida em vídeo no Broadcast TV.

Broadcast: Acredita que suas projeções se confirmaram?

Ricardo K: Parcialmente. Vivemos um momento parecido com o de 2015/2016, com taxas de juros muito altas. Imagina o custo da dívida das grandes empresas, que achavam que não estavam alavancadas e agora estão pagando perto de 20% de juros ao ano e não conseguem repassar tudo para o preço final dos produtos. Acho que haverá uma concentração maior dessas reestruturações no primeiro semestre do ano que vem. A enxurrada de recuperações não ocorreu. Na prática, em 2021 tivemos decréscimo substancial: foram 891 recuperações, comparado com 1.179 em 2020. Dessas 891, apenas 90 faturavam mais do que R$ 300 milhões por ano. Esse instrumento de RJ é um remédio usado por…. Leia mais em Estadão 04/09/2022