As startups de inteligência artificial estão dominando o clube do bilhão. Estudo da consultoria CB Insights mostra que quase metade dos novos unicórnios nascidos em 2024 é da área de IA – e o valuation de US$ 1 bilhão é atingido mais cedo por companhias dessa área.

Dos 72 novos unicórnios de 2024, 32 são de startups de IA (44%), a maioria ligado à robótica, segundo o relatório de dezembro da CB Insights, que traz dados até o último dia 9. Em 2023, o percentual foi menor, de 32%, também coincidentemente num total de 72 unicórnios que surgiram no ano passado. Em 2015, quando a consultoria iniciou a pesquisa, esse percentual era de 6% (ante um total de 101 unicórnios formados naquele ano), menor número na série.

Além disso, as empresas de IA têm conseguido atingir o valuation de US$ 1 bilhão dois anos depois da sua data de fundação. Em comparação, fintechs ou retailtechs, por exemplo, levam nove anos em média. Outra característica é o tamanho das equipes. Uma startup “tradicional” possui um time de 414 pessoas, enquanto as de inteligência artificial têm metade desse efetivo, pois conseguem ganhar escala com a própria tecnologia.

A OpenAI é o exemplo mais emblemático: em outubro, anunciou uma rodada de US$ 6,6 bilhões, a um valuation de US$ 157 bilhões. Já a xAI, rival criada por Elon Musk, levantou duas rodadas neste ano, avaliando a empresa, criada em 2023, em US$ 50 bilhões. Recém-saído da OpenAI, o cofundador Ilya Sutskever (uma das mentes por trás do ChatGPT) abriu neste ano um novo negócio, a Safe Superintelligence, que levantou US$ 1 bilhão e foi avaliada em US$ 4 bilhões em setembro.

Essas empresas tornaram-se o foco dos investidores, interessados nas oportunidades que o impacto da inteligência artificial no trabalho pode trazer nos escritórios – ao mesmo tempo em que outros setores tornam-se menos atraentes. Mas os retornos ainda são incertos, já que não há muitos exemplos de como essas empresas podem criar uma rápida via de monetização dos serviços de IA que produzem: “Não está claro quão sustentável são esses investimentos, nem quando essa receita vai se traduzir em lucro líquido”, nota a CB Insights.

Esses casos contrastam com a realidade das startups como um todo, já que em 2024 os investimentos globais caíram no setor. O terceiro trimestre, com US$ 54,7 bilhões em aportes de venture capital, foi o pior período para o setor desde 2016, diz a CB Insights. Do montante, a área de IA foi a mais atrativa, ficando com quase um terço.

No mundo, são mais de 1,2 mil unicórnios, que somam US$ 4 trilhões em avaliação... leia mais em Pipeline 30/12/2024