O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (30) e consolidou um recuo de 0,69% em outubro, mês no qual o índice chegou a subir 7,73%, batendo nos 101.917 pontos. Na semana, o Ibovespa caiu 7,22%, em seu pior desempenho desde o período entre 16 e 20 de março.

O início da virada se deu na última sexta (23), dia em que após quatro altas consecutivas o benchmark teve desvalorização de 0,65%.

Na época, a sequência de boas sinalizações vindas do Congresso e do governo americano elevaram as expectativas para a aprovação de um pacote trilionário de estímulos contra os impactos econômicos do coronavírus. Até quinta, o que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, diziam é que um acordo estava “quase lá”.

Todavia, veio o fim de semana e as negociações esfriaram. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que os estímulos sairiam depois das eleições presidenciais no dia 3 de novembro.

Para piorar, a segunda onda do coronavírus, até então mero temor, tornou-se realidade ao longo da semana. Na terça-feira, a Itália anunciou restrições como o fechamento de bares e restaurantes, causando protestos.

Já na quarta foi a vez de Alemanha e França aprovarem novos lockdowns e restringirem o comércio e a circulação de pessoas por um mês, demolindo projeções mais otimistas de uma recuperação em V dessas economias passado o grande pânico de março.

Graças às novas restrições, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro e de diversos países europeus divulgados nesta sexta acabaram sendo vistos como notícia velha pelo mercado hoje.

Nesta sexta, o Ibovespa caiu 2,72%, a 93.952 pontos, menor patamar de fechamento desde 29 de setembro, quando o índice encerrou a sessão cotado em 93.580 pontos. O volume financeiro negociado na sessão hoje foi de R$ 30,327 bilhões.

Enquanto isso, o dólar comercial teve queda de 0,47% no dia, a R$ 5,737 na compra e R$ 5,738 na venda. No mês, a moeda americana se valorizou em 2,17% em relação ao real, e na semana a apreciação do dólar foi de 1,97%. O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava baixa de 0,7%, a R$ 5,744 no after-market.

A estabilidade um pouco maior do câmbio em relação à Bolsa neste momento refletiu a briga entre comprados e vendidos em dia de formação da Ptax. No intraday, a moeda dos EUA chegou a bater R$ 5,80.

Além dos temores relacionados à Covid-19, o pregão também foi marcado por um desmonte de posições antes das eleições presidenciais nos EUA na terça e por uma baixa nas ações de empresas de tecnologia nos EUA.

As ações da Apple despencaram 5,6% depois da companhia reportar um declínio de quase 20% nas vendas de iPhone e os papéis da Amazon recuaram 5,5% mesmo após os fortes números no terceiro trimestre.

O país também enfrenta novos recordes em infecções diárias pelo coronavírus. A média móvel de sete dias atingiu a marca inédita de 76.590 novos casos por dia, segundo a universidade Johns Hopkins.

Já no Brasil, o ministro da Economia Paulo Guedes voltou a criticar na quinta-feira a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), desta vez por supostamente financiarem um estudo que daria apoio a “ministro gastador”.

Segundo informações divulgadas pela imprensa, Guedes tem criticado nos bastidores o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, afirmando que Marinho atua para ampliar os gastos públicos e desrespeitar a regro do teto.

Vale destacar que, na segunda-feira, o mercado brasileiro fechará no feriado de finados, sem poder reagir a eventuais desdobramentos da Covid-19, que volta a bater recorde nos EUA às vésperas da eleição presidencial da próxima semana.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu três pontos-base, a 3,45%, o DI para janeiro de 2023 ficou estável, a 5,04%, o DI para janeiro de 2025 teve baixa de um ponto-base, a 6,77%, e o DI para janeiro de 2027 registrou variação positiva de um ponto-base, a 7,57%.

Sobre o PIB da zona do euro, a economia do bloco de moeda única cresceu 12,7% no terceiro trimestre de 2020 ante o segundo, de acordo com dados preliminares divulgados nesta sexta-feira pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.

O resultado superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam avanço de 9,4% no período.

Na comparação anual, o PIB do bloco sofreu contração de 4,3% entre julho e setembro, bem menor do que a queda de 7% projetada pelo mercado. No segundo trimestre, o PIB da zona do euro teve retração de 11,8% ante os três meses anteriores, diante dos efeitos da pandemia do novo coronavírus… Leia mais em indicesbovespa 30/10/2020