Desde que fez o seu IPO, em maio do ano passado, a Infracommerce implementou uma estratégia de crescimento acelerado e deixou o lucro para depois. Para escalar, a empresa fez quatro aquisições. A maior delas foi a da rival Synapcom, um negócio de R$ 1,2 bilhão em dinheiro e ações.

Agora, a Infracommerce resolveu que é a hora de colocar o pé no freio nessa estratégia. “A gente parou de olhar para M&As e passou a olhar para dentro”, afirma Fabio Bortolotti, vice-presidente de relações com investidores da Infracommerce, ao NeoFeed. “Precisamos mostrar um Ebitda muito forte no fim do ano.”

Desde a sua abertura de capita, quando levantou R$ 870 milhões, a Infracommerce já perdeu mais de 73% de seu valor de mercado. Hoje, a companhia que opera com uma plataforma de comércio eletrônico de empresas como Ambev, Bayer, Alpargatas, Unilever, vale pouco mais de R$ 1,1 bilhão

Além da Synapcom, a Infracommerce comprou também a argentina Summa Solutions, em julho de 2021, por US$ 9 milhões. No mês seguinte, investiu R$ 124 milhões na Tatix. A compra mais recente foi a da Tevec, em janeiro deste ano, por R$ 25 milhões

O objetivo, agora, é focar na integração dessas operações. Na tentativa de reduzir os custos, a primeira atitude tomada foi fechar a torneira dos M&As, alterando a estratégia inicial da companhia. O plano era fazer ao menos mais uma compra neste ano.

Infracommerce freia M&As

Poderíamos fazer alguns movimentos, como um M&A que nos daria a liderança em dois países e que faz todo o sentido estratégico. Mas temos que postergar isso por um ano por causa da estrutura de capital”, diz Bertolotti. “Não é que a gente queria estar sentado no caixa. Mas é óbvio que se estivéssemos sem dívidas, estariamos mais confortáveis.”

A companhia planejava também fazer uma captação pós-IPO. Mas o obstáculo para o follow on foram as condições de mercado, que se deterioram e fecharam a janela para novas captações. A solução encontrada veio com o financiamento a partir de linhas de crédito bancárias.

Em abril deste ano, a Infracommerce publicou uma ata de reunião de conselho de administração em que informava o fechamento de um contrato de empréstimo externo com o Banco do Brasil. Captado em euro, o valor convertido para reais somava até R$ 75 milhões.

“Estamos preparando a companhia para não precisar de um follow on nos próximos 24 meses. Isso quer dizer que vamos ter uma dívida maior do que planejávamos inicialmente”, diz Bertolotti. “Mas, com o Ebitda projetado, é uma dívida aceitável para não precisar de um follow on.”

Os resultados do primeiro trimestre trazem os números por trás desta estratégia. Com 572 clientes e GMV de R$ 2,8 bilhões, a empresa registrou receita líquida de R$ 194,5 milhões no período, alta de 167% ante o mesmo trimestre do ano passado. O Ebitda ajustado foi de R$ 16,6 milhões…. leia mais em NeoFeed 12/05/2022