Aos poucos, a Infracommerce vem removendo as preocupações do mercado com sua estrutura de capital. Depois de anunciar um aumento de capital privado que pode trazer até R$ 400 milhões, numa operação que deve ser concluída ainda em setembro, a empresa renegociou o prazo de pagamento de dívidas de M&As, poupando R$ 235 milhões em 2022.

Antes da repactuação, a Infracommerce teria de pagar R$ 295,5 milhões no segundo semestre como earnout de aquisições feitas nos últimos anos, mas o montante foi reduzido para R$ 60 milhões, alongando o passivo para um período que vai de 2023 a 2027, disse a empresa em um fato relevante divulgado pela manhã.

A renegociação, que já vinha sendo sinalizada pelo management da Infracommerce há alguns meses, incluiu investidores que são acionistas da própria companhia por causa dos aquisições, o que ajudou nas tratativas. Em transações como o M&A da Synapcom, por exemplo, parte do pagamento foi feita em ações.

Na negociação, os acionistas da Infracommerce que tinham earnout a receber fizeram uma composição. Eles aceitaram postergar a dívida do M&A e, em compensação, trocaram parte da dívida por uma participação acionária adicional na companhia.

Na prática, é como se já estivessem ficando com parte das sobras do aumento de capital privado (o prazo para o exercício do direito de preferência expirou ontem), sem fazer desembolso por isso. No fim das contas, a parcela do earnout rolada para frente ficou em R$ 113 milhões, explicou o diretor de relações com investidores da Infracommerce, Marcelo Korber, ao Pipeline.

Para o caixa da Infracommerce, o efeito neste ano é de R$ 235 milhões poupados, o que inclui uma parcela que vai se transformar em equity e um ajuste no preço dos M&As. “O ajuste de preços está sendo marginalmente favorável para a Infracommerce”, disse o RI.

Com a renegociação do earnout, a Infracommerce resolveu a grande pressão da pagamentos que tinha neste ano. Em junho, último dado divulgado, a dívida líquida da Infracommerce era da ordem de R$ 250 milhões, sendo que a empresa tinha R$ 200 milhões em M&As a pagar até o fim do ano.

“Não tínhamos grandes dívidas bancárias com vencimento de curto prazo”, afirmou Korber, acrescentando que a maior parte do passivo com bancos vence em 2025. “No curto prazo, a situação ficou muito confortável”, destacou o RI…. saiba mais em Pipeline 16/09/2022