O Brasil está mais perto de ver uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de um clube de futebol, afirma o BTG Pactual (BPAC11), em relatório divulgado no início do mês.

De acordo com o BTG, a indústria do futebol passou por mudanças expressivas nas últimas duas décadas. É um negócio com enorme potencial de crescimento, destaca o banco, que atualmente movimenta bilhões de dólares em todo o mundo a cada ano.

No caso do Brasil, o setor está dando seus primeiros passos, mas já é um negócio disruptivo, com algumas equipes adotando o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que permite que os clubes recebam investimentos e aprimorem seus modelos de gestão para aumentar a rentabilidade e, consequentemente, melhorar o desempenho em campo via investimentos em infraestrutura, tecnologia e elencos.

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No Brasil, algumas equipes de futebol estão adotando o modelo de SAF (Imagem: Unsplash/constantinevdokimov)

“Acreditamos que nos próximos meses devemos ver cada vez mais transações no setor, com os clubes adotando o modelo de SAF e reestruturando suas equipes de gestão”, afirmam Carlos Sequeira e Eduardo Rosman, responsáveis pelo relatório do BTG.

De acordo com os analistas, a migração para o modelo de SAFs é uma mudança muito importante para a indústria futebolística, que possui altos níveis de endividamento.

O BTG destaca, no entanto, que algumas mudanças devem acontecer primeiro. A maior delas é a criação de uma liga de futebol.

Por que criar uma nova liga no Brasil?

Apesar de ser um negócio bilionário, a indústria do futebol no Brasil ainda precisa melhorar seu potencial de geração de receita, sustentabilidade financeira e competitividade, afirma o BTG.

Segundo o banco, os times brasileiros continuam muito dependentes da negociação de jogadores, principalmente das transferências internacionais.

O BTG destaca que, na pandemia, esse movimento se intensificou.

“Os clubes foram forçados a vender mais jogadores do que o normal para arcar com os altos custos fixos dos salários quando os fluxos de receita diminuíram”, lembram Sequeira e Rosman.

“Em relação a receita total, alguns poucos times possuem maior participação nas receitas das vendas de jogadores. Embora existam muitas transações envolvendo jogadores brasileiros, a maioria delas é feita a preços relativamente baixos”, complementam os analistas.

A criação de uma nova liga de futebol brasileira, seguindo o modelo europeu, poderia aumentar as receitas e reduzir a disparidade entre os clubes, diz o BTG……… Por Diana Cheng Leia mais em moneytimes 16/04/2022