Para Filipe Ferreira, diretor financeiro da Comdinheiro, a decisão de fazer um IPO está relacionada com o momento da empresa

Abrir capital na Bolsa de Valores, o chamado IPO, é a estratégia de muitas empresas, mas não indica, necessariamente, um futuro promissor para a companhia.

Para Filipe Ferreira, diretor financeiro da Comdinheiro, a decisão de fazer um IPO está relacionada com o momento da empresa, levando em consideração a necessidade da companhia aumentar o capital ou até mesmo um momento de mercado mais favorável.

“Se a empresa gera caixa suficiente para se financiar ela primeiro usa o caixa interno e se não gera caixa suficiente, mas consegue tomar dívida barata, ela vai para a dívida. Por fim, quando já está endividada demais, ela vai abrir o IPO e reequacionar seu capital”, explicou no programa Comdinheiro transmitido no canal da BM&C News.

Dessa forma, Filipe destacou que o primeiro grande ponto para decidir se faz sentido ou não o IPO é entender o momento da empresa, o momento de mercado e se prevenir de uma empresa que abre o capital e rapidamente fecha.

Vale a pena entrar em IPO?

Para avaliar se vale a pena ou não entrar em um IPO, o investidor deve se perguntar se a oferta é primária ou secundária.

“Um IPO de oferta primária é quando as empresas estão lançando novas ações e essas ações vendidas vão gerar caixa para a empresa não para seus sócios. Na oferta secundária, os atuais acionistas estão vendendo as suas participações”, explicou Rafael Paschoarelli, diretor-gerente da Comdinheiro.

Além disso, é possível também ter ofertas primárias e secundárias conjuntamente. Dessa forma, a empresa vai emitir novas ações, já o outro pedaço, os próprios sócios vão vender uma fatia das suas participações.

“Por isso, eu acho que ganha pontos se for oferta primária, na ótica do investidor”, disse.

Para saber se uma oferta secundária é interessante, Paschoarelli pontuou que é necessário observar se algum controlador não estão saindo da movimentação.

Ainda, os investidores devem avaliar se o IPO está em um preço em que conseguiria calcular quanto a empresa tem que crescer para poder fazer sentido a entrada.

“Na febre dos IPOs, em 2007 e 2008, o que teve de empresa endividada com o banco, com isso o próprio banco preparava o IPO da empresa, que recebia o dinheiro para dar uma melhorada na estrutura de capital, ou seja, vai financiar o banco. Veja se o banco que a empresa devia foi o banco que organizou o IPO”, destacou.

Por fim, o diretor-gerente explicou que deve ser feita uma pesquisa de quantos IPOs foram feitos para a empresa levantar dinheiro e pagar o banco que deu capital para ela e que agora a empresa vai ajeitar a estrutura de capital.

Filipe ressaltou que todas essas informações são disponibilizadas aos investidores e que a primeira coisa que deve fazer é ler e compreender o prospecto de IPO... Leia mais em bmcnews 10/10/2022