Mesmo em uma conjuntura macroeconômica mais desafiadora, o Itaú BBA estima realizar entre 20 e 30 operações no mercado de capitais em 2022, somando ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) e emissões de empresas que já têm capital aberto (follow on). O Montante tem potencial para movimentar de R$ 60 bilhões a R$ 90 bilhões em captações.

A estimativa foi compartilhada pelo diretor de banco de investimento do Itaú BBA, Roderick Greenlees, com investidores durante a conferência internacional do banco que acontece nesta semana em Nova York, o Itaú BBA LatAm CEO Conference. O evento serve para conectar os presidentes das grandes companhias brasileiras e latino-americanas a investidores institucionais estrangeiros.

Até o momento, já foram 10 follow ons no Brasil este ano, somando uma captação total de R$ 14 bilhões. Por outro lado, nenhum IPO saiu do papel. O Itaú BBA atuou em 7 das 10 operações realizadas neste ano, que movimentaram R$ 11,4 bilhões. Entre as empresas que emplacaram follow on neste ano estão: BR Partners, 3Tentos, BRF, Arezzo, Equatorial Energia, Alpargatas, Allied, entre outras.

Itaú BBA vê potencial para 20 a 30 ofertas
Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Inflação, juros, eleições e guerra deixaram investidores mais cauteloso

Em conversa com a Coluna antes de embarcar para Nova York, Greenlees disse que houve uma piora do ambiente macroeconômico devido à inflação e juros altos combinados com incertezas provocadas pela guerra no Leste Europeu e a proximidade das eleições no Brasil. Isso tudo deixou investidores mais cautelosos e seletivos.

Greenlees vê a chance de ocorrerem cerca de três a cinco IPOs em 2022, com investidores priorizando empresas com histórico de entrega de resultados. De todo modo, isso só deverá se concretizar depois que ficar claro qual o fim do ciclo da alta da Selic, permitindo uma precificação mais precisa dos ativos. Já o gatilho para uma retomada dos IPOs dever ser mesmo a sinalização de queda na taxa básica de juros para 2023 e a sensação de que o presidente brasileiro eleito terá postura “pró-mercado”… leia mais em Estadão 12/05/2022