Fundada em 1960, um dos símbolos da indústria automobilística nacional está em crise.

Após uma proposta feita pela Volkswagen ao grupo Karmann AG, da Alemanha, para que produzisse a carroceria e fosse responsável pela montagem e acabamento de veículos no Brasil, nascia, em 1960, um dos principais símbolos da indústria automobilística nacional, com sede na avenida Álvaro Guimarães, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.

A Karmann-Ghia, com seu imponente edifício que pode ser visto por todos os que passam pela rodovia Anchieta, rumo ao litoral paulista, está mergulhada em uma crise sem precedentes.

Com a queda na venda de veículos novos, diversos problemas financeiros e greves recentes, a empresa está à venda. Ao menos é o que garante o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC, publicada nesta terça-feira, 19 de abril.

De acordo com Marques, a direção da companhia negocia com diversos possíveis compradores. Se o negócio não for concretizado logo, a fábrica de São Bernardo pode ser fechada ainda neste ano de 2016.

A empresa, há muito tempo, deixou de montar veículos para dedicar-se à produção de peças para terceiros. Atualmente, a planta mantém um quadro com 330 colaboradores que estão com seus salários atrasados.

A direção da fábrica não confirma a venda, mas os boatos correm entre os funcionários que estão apreensivos aguardando uma posição oficial.

Em editoral também publicado no dia 19, o Diário coloca a Karmann-Ghia como vítima da atual política econômica e da incompetência do governo que não consegue incentivar a indústria nacional.

A situação da empresa é grave a tal ponto que a produção chegou a ser paralisada por falta de pagamento de contas de energia elétrica, o que obrigou a Eletropaulo a interromper o fornecimento.

Em maio de 2015, um fornecedor da Karmann entrou com pedido de falência na Justiça. O processo ainda está em andamento.

Na última década, a companhia já mudou de dono por quatro vezes. Um dos principais clientes é a Fiat, que corresponde a 70% da produção de peças, mas os pedidos foram reduzidos, pois a empresa, com sede em Minas Gerais, também está em crise.  Leia mais em blastingnews 20/04/2016