O governo paulista deverá licitar, amanhã, o trecho Norte do Rodoanel Metropolitano de São Paulo. Com a nova concessão, a expectativa é enfim concluir a construção do anel viário da capital, iniciada em 1998.

O contrato prevê R$ 3 bilhões de investimentos, ao longo de 31 anos. Deste valor, R$ 1,7 bilhão será destinado à finalização da obra – resta construir cerca de 25% do trecho Norte, que tem 44 km de extensão e passa por São Paulo, Guarulhos e Arujá. A previsão é que a rodovia seja totalmente entregue em 24 meses.

O projeto será uma Parceria Público-Privada (PPP), modelo no qual o governo entra com parte dos recursos. No total, o Estado se dispôs a destinar cerca de R$ 2 bilhões (sem considerar correções monetárias): além do aporte inicial para a obra, de até R$ 876,7 milhões, foram previstos pagamentos anuais ao concessionário, de até R$ 41,65 milhões.

Porém, o valor desembolsado pelo governo poderá cair, a depender do nível da concorrência. Vencerá a disputa aquele que oferecer o maior desconto sobre a contribuição pública. Pelo edital, os interessados deverão propor um deságio sobre o valor das contraprestações anuais. Caso este chegue a 100%, passa a valer o desconto sobre o aporte inicial.

No mercado, a percepção é que haverá interesse pelo projeto, mas não uma disputa intensa. Operadores tradicionais, como CCR, Ecorodovias e Pátria são apontados como candidatos.

Leilão do Rodoanel Norte

A Ecorodovias não tem citado o Rodoanel em sua lista de prioridades. Porém, o grupo é considerado um possível interessado porque venceu o primeiro leilão do trecho, realizado em 2018. À época, o edital previa apenas a operação da via, já que a obra seria finalizada pelo Estado. Ao fim, porém, o contrato não foi firmado e a modelagem foi alterada.

A CCR, por sua vez, já opera a concessão do Rodoanel Oeste e, por isso, teria sinergias com o trecho Norte. Outra empresa que se enquadra nessa situação é a SP Mar, do grupo Bertin, que opera os trechos Sul e Leste do Rodoanel. Embora a concessionária esteja em recuperação judicial, analistas não descartam a tentativa de disputar o ativo, em consórcio.

Procurados, Ecorodovias e Pátria dizem que preferem não comentar. A SP Mar afirma que não tomou uma decisão e que aguarda a resposta dos acionistas e investidores. A CCR não respondeu…… leia mais em Valor Econômico 26/04/2022