O Grupo Leste captou US$ 40 milhões para o desenvolvimento de dois edifícios residenciais de luxo na disputada região de Coconut Grove, em Miami. Os empreendimentos The Lincoln e Lenox somarão 118 apartamentos e devem demandar um investimento total, entre equity e dívida, de US$ 185 milhões. A Lore Development Group, joint venture da Leste com o fundo de investimento imobiliário Opportunity, será o incorporador.

O caixa para os investimentos iniciais foi levantado principalmente com investidores brasileiros, através de um veículo offshore. Entre os estrangeiros, aporte também de latino-americanos, como investidores colombianos, que alocaram por meio de um veículo distribuído nos Estados Unidos, conta Stephan de Sabrit, sócio gestor do Grupo Leste.

Além do equity levantado agora, os projetos terão financiamento bancário e também contarão com o fluxo de venda das unidades para os investimentos. “Vemos uma normalização do custo do financiamento à construção que está hoje em torno da taxa de juros bancária média (SOFR) mais 3,75% a 4% ao ano”, diz Sabrit.

O primeiro edifício, o Lincoln, lançado nesta semana, terá 48 unidades de um a quatro quartos com valor médio de US$ 2 milhões e tem previsão de entrega em meados de 2027. Já a conclusão do Lenox está prevista para meados de 2028.

A região de Coconut Grove, que é composta predominantemente por casas, tem atraído residentes americanos de outras partes dos EUA, como Nova York e Chicago. O movimento começou naquela migração de pandemia, uma vez que a área tem as melhores escolas privadas de Miami e opções de lazer de alto padrão. Esse fluxo tem aumentado investimentos de grupos como o Four Seasons, Ritz-Carlton e Mr. C Residences, do Cipriani, para a região.

“Esses empreendimentos representam uma oportunidade de diversificar investimentos em ativos reais no mercado imobiliário dos Estados Unidos, em uma localização que combina valorização imobiliária consistente e alta demanda por produtos de luxo”, diz Sabrit. “O risco dos investimentos no mercado imobiliário é menor porque o comprador geralmente dá uma entrada equivalente a cerca de 40% a 50% do valor do imóvel e não tem distrato.” A taxa interna de retorno líquida estimada para os investidores é de 23% .

Apesar da forte valorização dos imóveis, cujos preços estão acima do período pré-pandemia, a Leste não vê uma bolha nos ativos em Miami, como apontou o banco UBS em relatório no ano passado. “Os preços em Miami ainda estão 20% a 25% abaixo dos praticados em Nova York e a demanda continua crescendo. Miami tem recebido cerca de mil novos residentes por dia”, diz ele. A cidade deixou de ser um destino de segunda residência de verão e tem atraído empresas e hedge funds, como o Citadel, que transferiu a sede de Chicago para Miami.

Além disso, uma mudança na lei de zoneamento da região no ano passado permitiu a construção de prédios mais altos, o que possibilita maximizar o capital investido. “O projeto do Lincoln previa, inicialmente, a construção de cinco andares, que era o limite até 2024. Com a mudança da lei de zoneamento, o edifício terá oito andares e quase dobrou de tamanho”, diz Sabrit.

A gestora já possui um empreendimento na região de Brickell, centro financeiro de Miami, em parceria com a Arton Advisors e pretende lançar mais quatro projetos na cidade. O grupo, que tem US$ 2,7 bilhões sob gestão, atua há 10 anos no mercado americano… leia mais em Pipeline 08/01/2025