Maior parte das empresas brasileiras está preparada para lidar com incertezas em 2023, diz Fitch

O ano de 2023 não deve ser dos mais fáceis para o país, considerando as perspectivas de economia fraca, com juros altos e elevado nível de endividamento das famílias. A maior parte das empresas brasileiras, no entanto, está preparada para lidar com esse ambiente de incerteza, segundo a agência de classificação de créditoFitch.

A conclusão é baseada na análise das companhias emissoras acompanhadas pela agência. Para os analistas, a situação deve ser um pouco mais delicada para alguns desses emissores, como os que atuam no varejo, no setor imobiliário e com materiais de construção.

Cerca de 86% dos ratings internacionais e 87% dos ratings nacionais de companhias brasileiras têm atualmente perspectiva estável, lembram os analistas, e é esperado que a maior parte dessas companhias seja capaz de suportar os “ventos contrários”, considerando os níveis atuais de alavancagem.

A Fitch prevê que apenas 5% das empresas terão risco de rebaixamento de notas no próximo ano. “Não prevemos mudanças significativas nas tendências de rating”, dizem os analistas em relatório..

Eles também destacam o momento atual do mercado de dívida local, com “abundante” oferta de crédito, emissões maiores e com prazos mais longos, e o surgimento de novos instrumentos de dívida. “Isso cria um importante canal alternativo para novos emissores e emissores frequentes, pois os mercados internacionais de dívida seguem restritos”.

Sobre o cenário econômico, a Fitch acredita que a inflação no país tem sido controlada e que o aumento dos desembolsos para o pagamento do Auxílio Brasil ajudaram a conter a piora do endividamento familiar. Ainda assim, não foi suficiente para fomentar o consumo “que continua fraco e focado em necessidades básicas, como alimentação”. A agência prevê crescimento de 0,8% no PIB em 2023 e 2,5% em 2022.

A dinâmica global também demanda preocupações, afirmam os analistas, considerando as expectativas de menor crescimento e o risco de recessão em grandes economias, o que deve gerar consequências negativas para os países da América Latina, sobretudo o Brasil, que tem parte considerável do PIB atrelado às exportações.

“Uma queda acentuada na economia global prejudicaria a demanda e os preços das commodities, o que enfraqueceria os fluxos de caixa de emissores que atuam com exportação”, diz o relatório… saiba mais em Valor Econômico 14/11/2022

 

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