O mapa das concessões brasileiras de aeroportos, um negócio iniciado timidamente em 2011, está muito perto de ganhar traços finais depois de sete rodadas de leilões. No entanto, abre-se em breve uma janela para a reconfiguração do desenho atual com fusões e aquisições no setor.

Algumas grandes operadoras internacionais – a francesa Aéroports de Paris (ADP), a alemã Avialliance e a americana ADC & Has – falharam em suas tentativas de entrar no Brasil. Até disputaram vários leilões, mas perderam todas as disputas das quais participaram. Outras gigantes europeias, como Fraport e Zurich, não conseguiram ampliar sua carteira como imaginavam inicialmente. A argentina Inframérica, que foi o grande destaque das duas primeiras rodadas, estagnou e deve ficar só com Brasília.

Mais de 90% da movimentação de passageiros hoje é feita por operadoras privadas. Os dois aeroportos do Rio – Galeão e Santos Dumont – são tidos como última chance para novos grupos desembarcarem no país. Eles devem ser leiloados juntos, no fim de 2023 ou no começo de 2024. Viracopos (SP) e São Gonçalo do Amarante (RN) estão em processo de devolução ao governo pelas atuais concessionárias. Só que dificilmente serão capazes de mover demais as peças do tabuleiro.

O mercado vê riscos de novela judicial em torno do aeroporto de Campinas e uma relicitação pode demorar. O terminal que atende Natal é pequeno e insuficiente para justificar a vinda de outros grupos do exterior, ficando como uma opção de crescimento para quem já está aqui.

Um redesenho, conforme expectativas de parte dos especialistas e de integrantes do atual governo, pode ocorrer a partir de 2024

Além da 8º rodada de concessões, que juntará Galeão com Santos Dumont, vence uma cláusula da concessão de outros 12 aeroportos. Os contratos dificultam, nos primeiros cinco anos, uma mudança do controlador. Terminais concedidos no Nordeste, em Mato Grosso, Vitória e Macaé (RJ) poderão ser negociados.

Acredito no florescimento de um mercado secundário de aeroportos”, afirma Dario Rais Lopes, ex-secretário nacional de Aviação Civil.. leia mais em Valor Econômico 19/08/2022