O mercado já adotava, em seus cenários, uma estratégia de taxas de juros em níveis significativamente restritivos por um período prolongado. Divulgada nesta terça-feira, a ata da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Centralreforçou as apostas em uma Selic de dois dígitos em 2023. Além disso, o documento consolidou as expectativas de um ajuste final dos juros em agosto, embora alguns participantes do mercado vejam chance de a taxa básica chegar à casa dos 14%.

A sensação de que a Selic deve subir um pouco mais e ficar em níveis elevados por bastante tempo foi um novo elemento na comunicação oficial do Copom. Na medida em que fica claro que o processo de desinflação deve ser bastante desafiador, o mercado tem postergado o início do ciclo de afrouxamento monetário. No fechamento desta terça, a curva de juros precificava um pequeno corte de cerca de 0,15 ponto percentual na Selic no primeiro trimestre de 2023. Semanas atrás, a curva embutia nos preços possibilidade de uma redução na Selic ainda este ano.

Mercado vê Selic em nível elevado

A sinalização emitida pelo Copom na ata fez a estrategista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, classificar o documento como mais duro (ou “hawkish”, no jargão do mercado), ao apontar que a Selic deve ser mantida alta, e também que a pausa no ciclo de aperto será com um juro maior… leia mais em Valor Investe 22/06/2022