Quando tinha apenas 16 anos, a mineira Mariana Vasconcelos foi emancipada pelo pai, Marcos – um produtor de milho no Sul de Minas – e logo estava ajudando a tocar a Morro Chic, a padaria da família em Itajubá, ao mesmo tempo em que fazia administração na universidade da cidade.

Não foi exatamente uma surpresa quando, aos 23 anos e recém-formada, fundou com dois amigos a Agrosmart, uma startup que começou a trajetória com um sensor climático que ajuda a economizar água nas lavouras – em poucos anos, a agtech atingiu 100 mil agricultores na base.

Num mundo de mudanças climáticas (São Pedro está cada vez mais arisco, e não por culpa dele), as indústrias de alimentos precisam acompanhar no detalhe os fornecedores de commodities para fomentar a produção sustentável, um desafio que encontrou na Agrosmart uma solução.

Com o uso de sensores, cruzamento de dados e algoritmos que ajudam nas recomendações de irrigação por fazenda – a partir do microclima –, a Agrosmart acompanha 58 milhões de hectares (para efeito de comparação, o Brasil planta quase 41 milhões de hectares de soja), o já que atraiu clientes do porte de AB Inbev, Raízen, Cargill, Bradesco, Syngenta. “Nosso algoritmo de previsão do tempo é um dos mais precisos”, afirma Vasconcelos, que é a CEO da agtech fundada em 2014.

Na Nestlé, uma das maiores compradoras de café do planeta, a tecnologia da Agrosmart trouxe um alívio para pequenos produtores do Espírito Santo que sofriam com o clima, economizando mais de 70% em água e eletricidade. “A florada do café ficou muito mais uniforme e a produção, de maior qualidade”, conta a CEO.Os dados coletados também permitem que a dona da Nespresso e os outros clientes conheçam a pegada de carbono dos fornecedores.

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Na Agrosmart uma rodada de US$ 20 milhões

A solução da Agrosmart, que inclui sensores meteorológicos e alertas diários por WhatsApp, também ajudou a reduzir a incidência da ferrugem do café (uma doença causada por um fungo) de 30% para 3%. “Conseguimos prever a ferrugem com até 15 dias de antecedência, o que permite ajustar o calendário de aplicação de defensivos”, diz.

Com os resultados, a Agrosmart não atraiu apenas os clientes. A tecnologia da startup também está angariando investidores. Poucos meses após fundar o negócio ao lado de Raphael Pizzi e Thales Nicoleti, Vasconcelos levantou capital com as aceleradoras Baita e Thrive e a gestora SP Ventures – a firma de venture capital criada por Francisco Jardim já colocou R$ 10 milhões na Agrosmart…. leia mais em Pipeline 19/04/2022