Manual para lucrar com a crise
Na semana passada concedi entrevista a ResellerWeb e que está tendo alguma repercussão. http://www.resellerweb.com.br/noticias/index.asp?cod=52246. A repórter Patricia Joaquim intitulou “Manual para lucrar com a crise”. Merece mencionar o “feedback” que recebi da Editora após a divulgação “Foi a nota de mais acesso dos últimos dois meses!!!! Muitos acessos mesmo, com duração do tempo na página, isto é, os leitores leram o texto todo!!!”.
Manual para lucrar com a crise por Reseller Web 17/10/2008
Empresas e setores específicos tendem a sorrir com os capítulos da crise financeira global, se seguirem os caminhos corretos
Mesmo ainda no auge dos acontecimentos relativos ao colapso financeiro que se alastrou para o mundo a partir dos Estados Unidos, Ruy Moura, diretor da consultoria Acquisitions, vislumbra destinos positivos para empresas que percorrerem os caminhos corretos.
Em sua visão, o canal e todas as empresas que querem passar imunes – o mais possível – devem atentar a alguns passos: “os prudentes adiarão novos investimentos que acarretem impactos significativos no fluxo de caixa nos próximos meses. Também reduzirão o nível de endividamento até clarear um pouco mais o horizonte”, mostra o especialista.
Ao lado disso, deve-se perceber alguns pontos que, se seguidos, podem levar a um novo estágio de aproveitamento da crise. E aqui, o consultor levanta a bandeira das M&A (Mergers and Acquisitions, ou ainda, Fusões e Aquisições). “Deverá haver uma tendência em priorizar as empresas que geram sinergias que possam se traduzir em resultados mais rápidos possíveis”.
Nesse particular, como em toda a entrevista, ela acaba sendo resumida por conta do espaço/tempo e algumas idéias ou comentários são excluídos. Ressalto, por oportuno, que parte da entrevista foi omitida no texto, mas muito importante. “Nas negociações, tenderão a considerar na forma de pagamento maior proporção em “earn-out “ – modalidade de pagamento vinculado ao cumprimento futuro de metas de desempenho. Vale destacar que em cenários de grandes incertezas, esta modalidade de pagamento equaciona impasses negociais que em outras circunstâncias se tornam “deal breakers”, ou barreiras que inviabilizam uma transação.
E estão incluídas nesse grupo empresas (geradoras de sinergias que poderão se converter em resultados rápidos) que:
aumentem o volume de negócios: integração horizontal entre concorrentes, visando aumentar volume e market share, com ganhos de economias de escala;
ampliam o alcance regional: integração horizontal de empresas do mesmo segmento, porém em locais distintos, visando acessar rapidamente novas regiões, com absorção de valores e cultura locais, know-how e ganhos de market share global
aumentem o leque de ofertas: integração horizontal entre não-concorrentes que atendem clientes comuns com produtos e serviços diferentes;
expandam as competências: integração horizontal parcial de empresas que normalmente não são concorrentes, em que o alvo é parte da cadeia de valor do comprador (marketing, expertise, distribuição ou P&D), a fim de aumentar o valor percebido pelo cliente;
aumentem o alcance a setores: integração vertical (clientes), para adquirir segmentos de mercado, canais de distribuição e clientes potenciais;
gerem melhor background: integração vertical (fornecedores), para arrebanhar recursos estratégicos ou elevar a competitividade ou redução do número de fornecedores;
Por fim, Moura alerta que algumas empresas de atuação específica podem se fortalecer com os desdobramentos da crise:
Outsourcing: de impressão, de pessoas; de processos etc. Em geral, BPO está em avanço, já que supre especialidades que não são essenciais ao core business do cliente;
SaaS: os clientes pressionarão os fornecedores para baixarem os preços. Uma forma de fazer isto será através de modelos de negócios inovadores, por exemplo, assinatura de serviços;
Exportação: pelas expectativas de mercado, com o novo patamar de taxa de câmbio, as empresas que exportam se sairão bem, portanto, empresas fornecedoras de serviços de TI para exportadores serão favorecidas em termos de demanda de serviços;
Governo: as empresas públicas (federais e estaduais) não sinalizam que vão diminuir seus investimentos, até porque, tradicionalmente o ano que antecede as eleições (2009) é o ano em que o governo mais investe com TI.