Maior necessidade de compras de abastecimento, queda na renda, aumento do desemprego e a busca por preços mais baixos. A união desses fatores, fortalecida em quase dois anos de pandemia, acentuou o crescimento acelerado que o setor de atacarejo já vinha registrando antes da chegada da Covid-19.

Com o avanço da nova variante do vírus e as perspectivas de mais de um ano difícil no cenário econômico abrem caminho para mais uma onda de expansão desse formato. Essa nova fase deve ser marcada, porém, por ajustes, o que pode fazer com que alguns dos players fiquem pelo caminho.

“Há cidades menores e periferias que têm um excesso de cash & carry”, disse Belmiro Gomes, CEO do Assaí, durante o Latin America Investment Conference, evento promovido pelo Credit Suisse. “Então, vai haver um movimento natural de consolidação do mercado, de alguns players que entraram no setor não conseguirem se manter, com um ajuste dessa aceleração que veio da pandemia.”

No painel realizado na noite desta quarta-feira, Roberto Bufragueño, diretor de varejo da NielsenlQ, engrossou esse coro. “Nos últimos anos, muito varejista que não era especialista entrou nesse segmento para surfar essa onda”, disse.

Segundo Butragueño, dos cerca de 400 varejistas com os quais a NielsenIQ trabalha no País, mais de 70 já investem nesse formato atualmente. “E não sei se haverá espaço ou se todos terão escala suficiente para manter a concorrência com os grandes players”, observou.

Se há um excesso de oferta em periferias e municípios de menor porte, em outro lado da moeda, a dificuldade de entrar nos grandes centros e em regiões de maior adensamento foi apontada como um desafio para capturar o cenário favorável à expansão do segmento…Leia mais em NeoFeed 03/02/2022