Correção dos valuations de startups e empresas listadas nos EUA é vista como um movimento saudável. “Estamos agora na segunda bolha da internet. Os sinais são altos e em bom som: os valuations de startups iniciantes e late stage estão inflados e malucos. Contratar talentos não era tão difícil desde a bolha das pontocom”. A frase é de Steve Blank, um dos maiores gurus do Vale do Silício.

Embora possa parecer atual, a fala não é nada nova – mas não só: Blank estava errado. Quando previu o estouro do que chamou de segunda bolha de internet, em 2011, os valuations esticados de IPOs como os do LinkedIn pareciam uma evidência de que a situação estava fora de controle.

Ao longo da última década, vaticínios semelhantes se multiplicaram, incluindo alertas vindos de figuras como Sean Parker – fundador da Napster e ex-CEO do Facebook –, e Marc Andreessen, o empreendedor que criou a Andreessen Horowitz (a16z), uma das gigantes em venture capital.

Até pouco tempo, as profecias do apocalipse só renderiam uma coleção de erros de previsão, mas a impressionante correção das ações de tecnologia trouxe o tema ao centro da roda.

Num dos painéis na South Summit, evento de inovação que ocorre em Porto Alegre, o mediador Carlos Pessoa, diretor de relações com investidores da G2D, provocou Patrick Arippol, da Alexia Ventures, e o chileno Cristian Olea, da Manutara Ventures. “Estamos em uma bolha?”.

A pergunta – sem dúvida, o pano de fundo em muitas das conversas e palestras do evento – não trouxe respostas tão cabeludas. No clima animado da feira de startups, quase ninguém acredita que há um colapso dentro do ecossistema. “Havia um excesso nos valuations nos EUA e nós passamos do pico, mas ninguém pode parar a inovação”, afirmou Arippol, ..Leia mais em pipelinevalor 05/05/2022