De acordo com Robert Mundell, Nobel de Economia em 1999, em sua recente entrevista a respeito de previsões sobre o futuro econômico mundial: EUA e China devem ser os primeiros a sair da crise internacional – e uma melhora não demora tanto a aparecer.

Segundo ele, há basicamente duas correntes de pensamento a respeito do prazo de recuperação: os que acham que a crise vai durar um bom tempo – de dois a três anos, ou até mais – e os que acreditam numa recuperação mais rápida. Ele se inclui no lado otimista. Acredita que os EUA vão sair da recessão já por volta da metade do ano, começando a se expandir e isso marcará o começo da recuperação. Os primeiros países a mostrarem sinais visíveis de recuperação serão os EUA e a China – e é preciso levar em conta que a China nem se encontra em recessão. Depois será a vez das economias européias, pois elas estão numa situação mais difícil do que os EUA.

Afirma ainda que um bom indício será a queda nos estoques de moradias e de automóveis os EUA. Esses dois setores são críticos para o país. Enquanto esses estoques se mantiverem muito altos, não haverá novas encomendas, por duas razões: as pessoas continuam temerosas de comprar e de perder o emprego e elas também esperam que os preços continuem caindo. Outro grande indicador da recuperação será o retorno da confiança, dado pela valorização das bolsas de valores e pela concessão de novos empréstimos pelos bancos.

Merece especial destaque ocomentário que fez a respeito do crescimento chinês, sobre sua capacidade de estimular o crescimento em outras economias. “Creio que não, porque a economia chinesa é da ordem de 4 trilhões de dólares, um pouco menor do que a japonesa. Já a economia americana é da ordem de 14 trilhões de dólares. E a zona do Euro é da ordem de 12 trilhões de dólares. Logo, uma economia do tamanho da chinesa é importante, mas ela não será capaz de compensar uma desaceleração de escala global”.