Durante anos a fio, Softbank e Tiger Global se consolidaram como duas das maiores potências entre os investidores de empresas tech ao redor do mundo. Somente no Brasil, alguns aportes robustos desses fundos ajudaram a criar unicórnios como Nubank, QuintoAndar, MadeiraMadeira, entre tantos outros.

Mas o momento delicado do mercado de tecnologia está causando rombos bilionários para as duas gestoras em seus investimentos em empresas que já abriram capital. Na Tiger Global, o prejuízo no primeiro trimestre fica em torno de US$ 17 bilhões, segundo a consultoria britânica LCH Investiments.

Os números do Softbank podem superar uma perda de US$ 25 bilhões, levando-se em conta apenas os investimentos em empresas públicas, segundo estimativas do jornal americano The Wall Street Journal (WSJ).

No fim do ano passado, o Vision Fund, o principal fundo de investimento da Softbank, foi avaliado em US$ 138,5 bilhões, o que representava um aumento de aproximadamente 40% em seu valor desde o lançamento, em 2017.

Mas, neste mesmo período, o índice S&P 500, que contempla as empresas mais valiosas listadas na Bolsa de Nova York (Nyse) e na Nasdaq, subiu cerca de 72%. Já o Nasdaq Composite, que soma quase todas as ações listadas somente na Nasdaq, quase dobrou nos últimos quatro anos e meio.

O drama de Softbank e Tiger Global

Entre as empresas com capital aberto que fazem parte da carteira do Vision Fund, o destaque negativo é a chinesa Didi Global, na qual o Softbank detém uma participação de 21%. As ações da companhia listadas na Nyse despencaram mais de 70% desde o começo do ano. Isso fez com que o investimento de US$ 12 bilhões da gestora de Masayoshi Son virasse US$ 1,7 bilhão.

Outras empresas mais conhecidas que fazem parte do portfólio também acumulam perdas altas no mercado de capitais. As ações da Uber registram queda de mais de 52% desde o começo do ano. O valor de mercado da WeWork caiu mais de 40% no mesmo período. O valor de mercado da WeWork caiu mais de 40% no mesmo período. Avaliada em mais de US$ 430 bilhões, a Nvidia viu suas ações retraírem mais de 47% desde janeiro.

O problema do Softbank pode se tornar ainda maior considerando que o portfólio do Vision Fund também conta com empresas de capital fechado. “Todas essas startups estão reduzindo suas avaliações”, afirmou Justin Tang, da consultoria United First Partners, ao WSJ.

Entre as empresas de capital fechado que compõe a carteira do Vision Fund estão a britânica Arm, que produz chips semicondutores, a indiana Flipkart, de e-commerce, a colombiana Rappi, de delivery.

Em 2017, Son chegou a afirmar que o Vision Fund faria do Softbank “uma galinha que põe ovos de ovo”. O fundo criado com US$ 100 bilhões teria poder de fogo necessário para investir de forma robusta numa quantidade grande de empresas, minimizando a chance de erro. Diferentes problemas, no entanto, prejudicaram este plano.

Na Tiger Global, que tem mais de 100 unicórnios em seu portfólio, as perdas são também bilionárias. Com base em cálculos da LCH Investments, o jornal britânico Financial Times aponta que a retração das ações nos últimos quatro meses apagou quase 70% dos ganhos que a gestora teve nos últimos 21 anos… leia mais em NeoFeed 11/05/2022