Em 1987, a Forbes publicou sua primeira lista de bilionários, composta por 140 indivíduos cuja riqueza combinada totalizava US$ 295 bilhões. Na época, a pessoa mais rica do mundo era o japonês Yoshiaki Tsutsumi, magnata do setor imobiliário, com US$ 20 bilhões.

Hoje, a pessoa mais rica do mundo, Elon Musk, detém US$ 419,4 bilhões, cerca de 21 vezes mais do que Tsutsumi em seu auge e mais de dois milhões de vezes mais do que o patrimônio líquido médio de uma família americana, de acordo com dados exclusivos da empresa global de inteligência patrimonial Altrata.

À medida que as fileiras de bilionários globais foram aumentando dramaticamente nos últimos anos, surgiu uma nova categoria de ultrarricos — o superbilionário. Musk é uma das pessoas dentro do seleto grupo de 24 pessoas em todo o mundo que se se qualificam para essa categoria: a dos indivíduos com mais de US$ 50 bilhões.

No início de fevereiro, as fortunas desses superbilionários representavam mais de 16% de toda a riqueza dos bilionários, um aumento dramático em relação aos 4% em 2014, de acordo com a Altrata. Seu patrimônio líquido combinado totaliza US$ 3,3 trilhões, equivalente ao PIB nominal da França. Dessas 24 pessoas, 16 se qualificaram como centibilionários, o que significa que têm um patrimônio líquido de pelo menos US$ 100 bilhões.

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A ascensão do superbilionário marca uma transformação na composição dos ultrarricos do mundo, disseram especialistas. No século XIX e início do século XX, os homens mais ricos eram industriais: John D. Rockefeller transformou a Standard Oil em um monopólio, Andrew Carnegie dominou a indústria siderúrgica e Cornelius Vanderbilt acumulou uma fortuna por meio de ferrovias. Sua riqueza, embora vasta, estava espalhada por setores que definiram uma era de infraestrutura física e manufatura. Por meio da Standard Oil, John D. Rockefeller se tornou o primeiro bilionário confirmado do mundo em 1916. 

Durante esse período, o valor de uma empresa representava ativos físicos, como propriedades e máquinas, mais do que os tipos de propriedade intelectual e a promessa de escala e ganhos futuros que aumentam os valores hoje.

Os bilionários da tecnologia representam uma parcela significativa do pool de superbilionários. Além de Musk, há o fundador da Amazon, Jeff Bezos, o cofundador da Oracle, Larry Ellison, o fundador da Meta, Mark Zuckerberg, e Steve Ballmer, o ex-presidente-executivo da Microsoft.

Sua riqueza está ligada quase inteiramente aos preços das ações e, portanto, aos fluxos de caixa futuros das empresas que fundaram. Bezos, Zuckerberg e Jensen Huang, da Nvidia, viram recentemente suas fortunas flutuarem em dezenas de bilhões em um único ano, dependendo do sentimento do investidor. Como resultado, a escala de sua riqueza é incomparável — mas também sua volatilidade.

Ao contrário das gerações passadas, que construíram suas fortunas ao longo de décadas, a economia impulsionada pela tecnologia de hoje também permitiu que os fundadores acumulassem enormes somas em questão de apenas alguns anos. Antes de sua prisão em 2022, Sam Bankman-Fried, o agora desgraçado fundador da exchange de criptomoedas FTX, valia US$ 26 bilhões antes de completar 30 anos, por exemplo.

“Tivemos uma enorme mudança tecnológica nos últimos 40 anos, e isso permitiu que alguns desses negócios crescessem e criassem uma enorme quantidade de valor para os acionistas”, disse Steven Kaplan, professor da Escola de Administração Booth da Universidade de Chicago que estuda finanças e desigualdade. “O Walmart é um exemplo, a Amazon é outro. São empresas que não poderiam ter chegado a esse nível sem a tecnologia.”

Números

  • 140: Bilionários na lista de bilionários do mundo da Forbes em 1987
  • 3.323: Bilionários em todo o mundo em 2023
  • 24: Superbilionários, ou pessoas que valem mais de US$ 50 bilhões
  • 16%: Quantidade de riqueza bilionária que as fortunas dos superbilionários representam
  • US$ 100 milhões: valor médio dos bens imóveis pessoais que cada superbilionário possui
  • 16: Superbilionários que se qualificam como centibilionários, o que significa que têm um patrimônio líquido de pelo menos US$ 100 bilhões.

A composição atual da população superbilionária também mostra uma mudança das pessoas mais ricas do mundo herdando sua riqueza para o aumento de bilionários que se fizeram sozinhos…. leia mais em InvestNews 27/02/2025