A Earth Renewable Technologies (ERT), uma fabricante de plásticos biodegradáveis, acaba de levantar R$ 50 milhões junto a clientes da XP Private e sócios da corretora.

A captação vai permitir à ERT ampliar sua capacidade produtiva num momento em que a demanda por bioplásticos tem explodido – com as empresas buscando cumprir metas de sustentabilidade num mundo cada vez mais definido pelo ESG.

A ERT foi fundada há 13 anos por professores da Clemson University, na Carolina do Sul. Os pesquisadores passaram quase dez anos desenvolvendo a tecnologia por trás dos plásticos compostáveis da empresa antes de lançar o produto no mercado.

Com a empresa ainda pré-operacional, alguns fundos americanos, a modelo Gisele Bundchen, e a família do brasileiro Kim Fabri fizeram a primeira rodada na ERT. (Kim foi comprando mais participação ao longo do tempo e hoje é o CEO e maior acionista da empresa.)

A ERT começou a operar de fato apenas em 2019, quando faturou míseros R$ 100 mil com a venda de seus bioplásticos. No ano seguinte, o faturamento subiu para R$ 1,5 milhão, e saltou para R$ 12 milhões no ano passado.

A expectativa é faturar R$ 100 milhões este ano e triplicar a receita em 2023.

A ERT desenvolveu uma tecnologia que transforma a cana de açúcar em plástico. Basicamente, a startup compra o ácido lático (um composto químico produzido a partir da cana de açúcar) e transforma essa substância em bioplástico em sua fábrica em Curitiba, inaugurada há pouco menos de um ano.

Depois de usado, o plástico da ERT pode ser ‘compostado’ e transformado em matéria orgânica – por exemplo, virando adubo para plantas.

O grande diferencial da tecnologia da ERT em comparação a outros fabricantes de bioplástico é o que ela chama de SFRP, a sigla para Short Fiber Reinforced Polymer.

“A gente reforçou a matriz do bioplástico com fontes renováveis e compostáveis, o que gera um polímero de maior qualidade sem perder a sustentabilidade do material,” Kim disse ao Brazil Journal.

O resultado disso é que o bioplástico da ERT pode ser usado para praticamente tudo, de sacolas plásticas a talheres, de embalagens de produtos a copinhos.

A ERT está tentando ‘disruptar’ um mercado monstruoso “e cada vez mais visto como um vilão,” disse Pedro Boesel, o sócio da XP Private, fazendo a analogia óbvia de que a ERT é a “XP dos plásticos.”

Todos os anos o Homo Sapiens produz 400 milhões de toneladas de plástico no mundo, um mercado que movimenta US$ 600 bilhões. Desse total, apenas 1,5% é bioplástico, e o restante ainda têm origem fóssil – que demora 200 anos para se decompor.

Segundo Pedro, a estimativa no mercado é que até 2030 cerca de 40% de todo o plástico seja bioplástico – o que representaria um mercado potencial de US$ 50 bilhões/ano para a ERT em todo o mundo…. saiba mais em Brazil Journal 30/06/2022