Oferta de ações puxa receita dos bancos
Roderick Greenlees, do Itaú BBA: 2019 foi o ano de melhor desempenho do banco de investimento desde 2005
As receitas de bancos de investimento em atividades de mercado de capitais e assessoria financeira no país subiram 36,7% no ano passado, para US$ 1,05 bilhão (cerca de R$ 4 bilhões). Conforme a consultoria americana Dealogic, o principal negócio gerador de comissões foi a coordenação de ofertas de ações (IPOs e follow-ons) – responderam por 55% do total de receitas, ante participação de 40% nos últimos dois anos. Só nesse segmento, o crescimento de comissões foi de 95% sobre o ano anterior.
Foi o melhor ano para nós desde 2005, afirma Roderick Greenlees, chefe global de banco de investimento do Itaú BBA, instituição que teve maior receita em 2019 conforme a Dealogic. Os três anos anteriores tinham sido fracos para o mercado de capitais, criando uma demanda reprimida de captação das empresas e, com a queda de juros, essa retomada de atividade ocorreu em momento de forte migração de renda fixa para renda variável.
Para os banqueiros, essa composição de comissões é um bom retrato do ritmo econômico. Essa distribuição de receita das atividades tem muito a ver com a visão do investidor sobre o mercado, diz Bruno Fontana, chefe do banco de investimento do Credit Suisse. No primeiro ano de um novo governo e com uma série de mudanças em curso para buscar equilíbrio fiscal e retomada de crescimento econômico, os investidores de longo prazo tendem a esperar um pouco mais para decidir seus investimentos. Já para o investidor que tem a possibilidade de eventualmente sair do investimento em curto espaço de tempo, como acontece em bolsa, isso acontece de forma mais rápida, afirma Fontana.
A maioria das operações de ações no ano passado foram de empresas já listadas, que fizeram follow-on. De quase 50 ofertas, apenas 6 foram iniciais (IPO) – contando com a oferta da XP Investimentos, feita em bolsa americana. Alguns bancos incluem na conta também a oferta da CPFL, por ter sido chamada de re-IPO, já que a companhia não tinha liquidez…. Leia mais em valoreconomico 08/01/2020