Omni investe na Ergon, fintech de crédito para PME

A Ergoncredit, uma fintech de crédito para pequenas e médias empresas, acaba de fazer um acordo com o Grupo Omni, que capitalizou a empresa e estabeleceu um acordo de funding para o crescimento de seu portfólio de crédito.

O investimento une um banco focado especialmente em CDC e financiamento de veículos — e que tem como parceiros milhares de lojistas e concessionárias de automóveis — com a startup fundada por Rogerio Bimbi, um veterano do mercado de crédito com passagens pela Losango e pela Polo Capital.

O Grupo Omni, que começou em 1994 como uma financeira, comprou o Banco Pecúnia do Societé Generale no ano passado para operar como banco.

Como parte do acordo, o sócio controlador do Grupo Omni, Erico Ferreira, adquiriu 25% da Ergon, que oferece duas linhas de produtos: o desconto de duplicatas e capital de giro com pagamento em parcelas mensais. O ‘valuation’ não foi revelado.

O acordo foi possível porque Bimbi e Erico se viram falando a mesma língua em termos de estratégia de crédito: querem crescer a carteira com cautela, monitorando o portfólio a cada nova safra. Os dois sócios planejam chegar a um portfólio de crédito de R$ 1 bilhão em cinco anos.

A Ergon começou a testar seu modelo de concessão de crédito com um FIDC há pouco menos de dois anos, e de lá para cá antecipou mais de R$ 300 milhões em recebíveis de fornecedores das Lojas Leader. Fabio Carvalho, controlador da Leader, teve Bimbi como sócio na Casa & Video e é investidor da fintech, assim como outros executivos ligados ao mercado de crédito, cobrança e varejo.

Além de outras empresas de varejo, a Ergon antecipa duplicatas para clientes de logística, telecom e serviços. A decisão de crédito é baseada na combinação entre algoritmos e análise humana, uma vez que as operações envolvem valores mais altos do que operações de pessoa física.

A Ergon está tentando arbitrar um nicho de mercado que considera subatendido pelos grandes bancos. Segundo Bimbi, pequenos e médios empresários frequentemente se ressentem do processo para obtenção de crédito, especialmente da burocracia envolvida na operação e de tarifas muitas vezes altas demais. “Queremos ter um relacionamento de longo prazo; muito provavelmente, a Ergon não vai dar o maior limite do cliente, mas sempre vai oferecer uma alternativa.”

Com o tempo, a Ergon deve diversificar suas ofertas, entrando em outros produtos de crédito como desconto de duplicata com co-obrigação, capital de giro com garantias e mais à frente antecipação de outras modalidades de recebíveis.

Mas o maior potencial da parceria é a capilaridade que o Omni dará à Ergon, permitindo que a fintech acesse os mais de 10 mil varejistas que são parceiros do banco. Leia mais em braziljournal 07/11/2018