A OpenText, uma multinacional canadense especializada em integração de dados, fechou a compra da Micro Focus, uma empresa clássica do setor de tecnologia que nos últimos anos virou uma espécie de coleção de marcas em apuros, por US$ 6 bilhões.

Fundada em 1976, a Micro Focus começou atuando com tecnologia que permitia rodar Cobol fora de mainframes.

A coleção de empresas de tecnologia em apuros começou em 2009, quando a Micro Focus comprou a Borland, dona de tecnologia para gestão de ciclo de vida de aplicações.

Em 2013, foi a vez das linhas de produto Orbix, Orbacus e Artix da Progress, outra companhia focada em desenvolvimento cujos rumos nos últimos anos são incertos.

Anos depois, em 2014, a empresa pagou US$ 1,2 bilhão pela Attachmate, levando por tabela a Novell, empresa de redes dos primórdios da Internet e a distribuição Linux SUSE (no seu momento, a Attachmate pagou US$ 2,2 bilhões pela Novell).

Micro Focus
Micro Focus

A última aquisição foi o negócio de software da HPE, em 2017 por US$ 2,5 bilhões em dinheiro e uma participação de 50,1% na nova empresa para os acionistas da HPE, avaliada em US$ 6,3 bilhões.

Foi na época o maior negócio já fechado por uma empresa britânica de TI. Com ele, a Micro Focus e inclui principalmente a Autonomy, outra companhia do Reino Unido que a então HP comprou por US$ 11 bilhões em 2011.

Foi aí que a porca começou a torcer o rabo para a Micro Focus. O faturamento de 2017 ficou abaixo da expectativa dos analistas. Entre janeiro e março de 2018, o CEO deixou a empresa, o valor de mercado caiu pela metade e os investidores começaram a questionar o negócio com a HPE.

O novo CEO vendeu a Suse para um fundo de investimento em abril, por US$ 2,54 bilhões.

Nos últimos 12 meses, a Micro Focus teve uma receita de US$ 2,7 bilhões. Para comparação, a Open Text, fundada em 1991 e hoje a maior empresa de tecnologia do Canadá, faturou US$ 3,5 bilhões… leia mais em Baguete 29/08/2022