“Os brasileiros aderiram à nuvem de forma impressionante”   Hugo Cilo

O executivo argentino Claudio Muruzabal comanda as operações da gigante americana SAP em uma das regiões que mais chamam a atenção – para o bem e para o mal – em consumo de novas tecnologias, a América Latina. Enquanto países como Venezuela e Argentina enfrentam dificuldades com suas economias, mercados como Brasil, Chile e Colômbia dão sinais de forte alta na demanda. Confira sua entrevista à DINHEIRO:

A crise na economia brasileira ajudou ou atrapalhou os negócios da SAP e o setor de tecnologia?
O crescimento do mercado na América Latina, em 2018, ficou muito acima do esperado. Os negócios em softwares e cloud (nuvem) estão avançando em um ritmo de dois dígitos. No Brasil, esperava-se uma expansão na casa de 5%, mas o mercado de TI fechou com alta de 10,5%. Isso seria impossível se não fosse a transformação que está ocorrendo nas empresas. Há uma migração muito forte para as tecnologias em nuvem. Os brasileiros aderiram à nuvem de forma impressionante. Dentro da SAP, os negócios de cloud cresceram 17 trimestres seguidos a dois dígitos.

Quais são os setores que mais demandam tecnologias em nuvem?
No Brasil, o varejo está crescendo mais nessa área. Há um grande esforço das empresas do setor em melhorar a experiência do consumidor. Mas existe um grande potencial também no setor de óleo e gás, que vive um importante processo de consolidação.

Mas a concorrência em cloud, com gigantes como Oracle e Salesforce, é cada vez mais acirrada, não?
Com certeza. Mas isso é muito bom. Para o consumidor, ter grandes empresas disputando o mercado significa que há alternativas para todos. Temos no Brasil uma das sete unidades de pesquisa globais da companhia. O polo, que começou com 100 pessoas, vai chegar a 2 mil em pouco tempo.

Vai existir mão de obra?
O demanda por talentos é uma demanda mundial, não um desafio específico do Brasil. Mas o crescimento da oferta de cursos de tecnologia por parte das universidades está crescendo. Por enquanto, essa geração de profissionais qualificados tem sido suficiente, além dos programas nossos de apoio a novos conhecimentos. (Nota publicada na Edição 1144 da Revista Dinheiro) .. Leia mais em istoedinheiro 28/10/2019