O ano que acaba foi um dos mais movimentados em IPOs (ofertas públicas iniciais, em inglês) da história do mercado doméstico: foram 45 estreias ao longo do ano na bolsa brasileira, a B3, ou mais precisamente, entre janeiro e setembro, antes que as incertezas domésticas e globais, além do acelerado processo de aumento do juro básico e dos juros futuros no Brasil, fechassem a janela de ofertas.

Essas ofertas movimentaram um volume recorde de 65,3 bilhões de reais, superando a marca de 56 bilhões de reais do ano passado. A maior oferta inicial do ano foi a da Raízen (RAIZ4), a join venture entre Cosan (CSAN3) e Shell para a área de energia renovável: movimentou 6,7 bilhões de reais no começo de agosto.

Foram ofertas iniciais tanto pela instrução 400 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), para investidores em geral, ou pela 476, para investidores institucionais e profissionais (com ao menos 10 milhões de reais aplicados).

Apesar do ano de superlativos, houve perdas generalizadas no caminho, em meio à virada do mercado a partir de agosto. A disparada dos juros futuros para a casa de 12% a 13% ao ano nessa época derrubou o valor presente dos papeis, afetando em particular as ações de crescimento, como as de empresas de tecnologia.

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Os IPOs que bateram o Ibovespa em 2021

Gestores e analistas ressaltam, no entanto, que nem tudo é motivo de desespero: comprar ações de uma companhia significa se tornar sócio dela e isso implica uma visão de longo prazo.

Se você comprou uma ação porque estudou e acreditou no modelo de negócios dela e de suas perspectivas de crescimento, é hora de revisitar a tese e, caso os fundamentos não tenham mudado, esperar a virada do mercado.

Ainda assim, olhando uma janela de curto prazo, 13 das 45 ações que estrearam em 2021 por meio de ofertas públicas iniciais conseguiram bater o Ibovespa, segundo levantamento da plataforma de informações financeiras Economatica a pedido da EXAME Invest.

A ressalva é a de que o principal índice da bolsa brasileira acumulou queda de mais de 11% neste ano até o último dia 22. Ou seja, não necessariamente o resultado foi tão positivo.

Veja a seguir os 13 IPOs que superaram o Ibovespa até aqui*:

  • Vamos (VAMO3): +93,8% (estreia em 29 de janeiro)
  • Intelbras (INTB3): +74,3% (4 de fevereiro)
  • Boa Safra (SOJA3): +56,4% (29 de abril)
  • Armac (ARML3): +53,4% (28 de julho)
  • Vittia (VITT3): +53,0% (2 de setembro)
  • GPS (GGPS3): +35,0% (24 de abril)
  • Jalles Machado (JALL3): +17,9% (6 de fevereiro)
  • Orizon (ORVR3): +14,6% (13 de fevereiro)
  • PetroRecôncavo (RECV3): +11,0% (5 de maio)
  • CBA (CBAV3): +9,0% (15 de julho)
  • BR Partners (BRBI11): -2,6% (19 de junho)
  • Infracomm (IFCM3): -3,2% (4 de maio)
  • Viveo (VVEO3): -4,9% (7 de agosto)

*Até 22 de dezembro, com levantamento da Economatica. O Ibovespa teve variação de -11,6% no período. 

E o que esperar dessas ações? Veja abaixo a visão de analistas de Equity Research do BTG Pactual (BPAC11) para três dessas ações:

na gasolina vendida no país até 2025, potencialmente reduzindo a produção de açúcar em 6 milhões de toneladas/ano”, escreveram os analistas….Leia mais em Índices Bovespa 27/12/2021