A Faria Lima, maior centro financeiro do Brasil, está mais preocupada neste momento com os rumos da inflação americana do que com as eleições no Brasil. A razão é que ainda é incerto o tempo e a intensidade com os quais o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai elevar os juros para conter a alta de preços na maior economia do mundo, o que tem repercussões importantes em todos os países. Já no Brasil, o quadro eleitoral está polarizado entre dois nomes com gestões conhecidas do mercado: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Por esse motivo, a volatilidade nos preços dos ativos brasileiros está baixa, a menor em período pré-eleitoral desde a redemocratização em 1983, segundo o BTG Pactual.

O presidente de um banco afirma que a aliança de Lula com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice em sua chapa, mostra o petista mais disposto no diálogo e a reformas, ainda que com viés mais estatizante. Já Bolsonaro, se reeleito, será uma reedição do que foi visto nos últimos quatro anos: alguns avanços da agenda liberal e embates com o Congresso.

Para Faria Lima inflação dos EUA preocupa mas que eleição no Brasil

Eventuais erros do Fed podem afetar política de juros no Brasil

Em ambos os casos, são cenários com os quais o mercado financeiro local já lidou no passado. O aperto monetário americano, por outro lado, é um evento mais incomum. Mais do que isso, preocupa a capacidade do BC norte-americano ler e calibrar o juro corretamente, frente aos indicadores macroeconômicos. O efeito adverso por aqui, de eventuais erros do Fed, seria a necessidade de manutenção do juro alto por mais tempo no próximo ano, para conter a aversão ao risco lá fora, prejudicando negócios.

A típica volatilidade de anos eleitorais será limitada este ano no Brasil, segundo a analista da TS Lombard, Elizabeth Johnson. Como nem Lula nem Bolsonaro são o candidato ideal para o mercado, a visão é que algumas reformas vão andar, independentemente de quem vença… leia mais em Estadão 25/08/2022