O plano de reestruturação operacional e financeira, aprovado pelo Conselho de Administração da BRF nesta sexta-feira, 29, nada mais é que uma “freada para arrumação” da companhia, disse o CEO, Pedro Parente, em teleconferência com jornalistas. A nova estratégia da BRF contempla, dentre outros fatores, adequações operacionais, venda de unidades na Europa, Tailândia e Argentina, foco nos mercados doméstico, muçulmano e asiático, redução de 5% no quadro de funcionários e previsão de arrecadar R$ 5 bilhões.

Também presente na teleconferência, o COO da companhia, Lorival Luz, afirmou que a empresa está em fase final de seleção dos bancos que participarão do processo de venda de ativos. Sobre a comercialização de ativos imobiliários e não operacionais, e de participações minoritárias em empresas, o executivo disse que “todas as alternativas, dentro e fora do Brasil, serão avaliadas”.

A arrecadação de R$ 5 bilhões com as medidas destacadas “está prevista para o segundo semestre”, estima Parente, e está fazendo com que a razão entre a dívida líquida e o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fique em torno de 4,35x em dezembro de 2018, já considerando a recente alta do dólar e os impactos referentes às restrições parciais de exportação para o mercado externo, e abaixo de 3,00x em dezembro 2019.

Contrariando planos anteriores da companhia, Parente destaca que a estratégia aprovada não contempla emissões de novas ações. “Esta não foi uma decisão do CEO, saiu de discussões onde você vai avaliando alternativas e, neste momento, não seria viável”, esclarece o executivo.

Após o anúncio feito nesta sexta, a expectativa de Parente é de que seja divulgado um plano estratégico em meados de agosto. Estadão Conteúdo Leia mais em istoedinheiro  29/06/18 
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