Payroll: Como fica a cotação do dólar?
“Com Trump reforçando sua política protecionista, a revisão para baixo do payroll sugere que as tarifas sobre importações já podem estar afetando o mercado de trabalho“, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
“As contratações permanecem em ritmo forte nos EUA, com a folha de pagamento não-agrícola registrando incremento de 151 mil empregos, pouco abaixo das expectativas. Entretanto, o desemprego surpreendeu ao subir 0,1%, mesmo com a taxa de participação “prime” (pessoas entre 25 e 54 anos) estável em 83,5% desde o último mês. Há a interpretação de que o mercado de trabalho esteja desacelerando gradualmente, face à elevação da incerteza no ambiente de negócios. Os índices de incerteza corroboram essa tese, e já observamos comportamento mais conservador dos consumidores. No atual cenário, a inflação de serviços continua resiliente, com os salários crescendo dentro do esperado, e a produção tende a diminuir. Caso essa tese se mantenha, eventualmente as empresas reavaliarão a sua demanda por emprego. A tendência de desaceleração é um receio, e alimenta as expectativas de que possamos observar cortes de juros ao final de 2025, mesmo com a inflação apresentando dificuldade em convergir para 2%. Se compararmos com o começo de 2025, os investidores enxergam agora 3 cortes até o final do ano, com a taxa de juros implícita perto de 3,6%”, José Alfaix, Economista Da Rio Bravo.
“A criação de 151 mil empregos nos EUA em fevereiro ficou abaixo das expectativas e o desemprego subiu para 4,1%, sinalizando um ritmo mais lento do mercado de trabalho. As tarifas e medidas protecionistas de Trump já começam a gerar incertezas, impactando investimentos e podendo desacelerar a economia americana. Com esse cenário, o Fed pode considerar até mesmo 3 cortes de juros para este ano, o que influencia o dólar e o fluxo de capital para emergentes, incluindo o Brasil”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.
“O Relatório de Emprego dos EUA mostrou a criação de 151 mil vagas em fevereiro, abaixo da projeção de 160 mil, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,1%. O dado revisado de janeiro (de 143 mil para 125 mil vagas) reforça sinais de desaceleração no mercado de trabalho, possivelmente impactado pelas tarifas protecionistas de Trump, que podem estar reduzindo investimentos e contratações. O resultado mantém o Federal Reserve em alerta, dificultando um corte rápido nos juros, já que os ganhos médios por hora trabalhada subiram 4% no ano, indicando pressão inflacionária. Para o Brasil, a incerteza nos EUA pode trazer volatilidade ao dólar e afetar o fluxo de capitais para emergentes, além de impactar exportações caso a economia americana desacelere mais intensamente”, Pedro Ros, CEO da Referência Capital.
“A criação de 151 mil vagas nos EUA, abaixo da projeção de 160 mil, reforça sinais de uma desaceleração no mercado de trabalho, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,1%. Esse cenário pode levar o Federal Reserve a reconsiderar sua política de juros, aumentando as chances de cortes ainda em 2025 para estimular a economia. Para o Brasil, uma política monetária mais branda nos EUA pode reduzir a pressão sobre o dólar, tornando ativos brasileiros mais atraentes para investidores estrangeiros”, André Matos, CEO da MA7 negócios.
“Com Donald Trump reforçando sua política protecionista, a revisão para baixo do payroll de janeiro (de 143 mil para 125 mil vagas) sugere que as tarifas sobre importações já podem estar afetando o mercado de trabalho. Setores dependentes do comércio internacional, como a indústria, podem sentir os efeitos negativos dessas medidas. Caso a desaceleração se intensifique, o Fed pode antecipar cortes nos juros, o que pode impactar positivamente o fluxo de capital para mercados emergentes, como o Brasil”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio
“A criação de empregos abaixo da expectativa e a taxa de desemprego em 4,1% podem enfraquecer o dólar no curto prazo, caso o Fed sinalize cortes nos juros para estimular a economia. Se isso acontecer, países emergentes como o Brasil podem se beneficiar do aumento do fluxo de investimentos estrangeiros. No entanto, se a inflação persistir e o Fed mantiver uma política mais rígida, o cenário pode se inverter, pressionando moedas emergentes e dificultando o crescimento”, João Kepler, CEO da Equity Group.
“O payroll de janeiro mostrou a criação de 151 mil postos de trabalho nos EUA, abaixo da expectativa de 160 mil, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,1%. Esses números indicam um mercado de trabalho perdendo força, o que pode reforçar apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve ao longo do ano. Com Donald Trump no poder e sua política protecionista de taxação sobre importações, os reflexos na economia começam a surgir, reduzindo a demanda por mão de obra em setores sensíveis às barreiras comerciais. Para o Brasil, um afrouxamento monetário nos EUA poderia enfraquecer o dólar e aumentar o fluxo de capital para mercados emergentes, beneficiando a economia local. No entanto, o impacto dependerá da trajetória da inflação americana e da resposta do Fed nos próximos meses”, Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital.
Com informações da Geratto Press 07/03/2025