A PetroRecôncavo espera assinar “em breve” o contrato pela compra do Polo Bahia Terra no processo de desinvestimentos da Petrobras, disse o presidente da companhia, Marcelo Magalhães, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (11). Em junho, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou a suspensão das negociações entre a Petrobras e o consórcio formado por PetroRecôncavo e Eneva.

“Ouvimos dos nossos assessores jurídicos que temos uma causa muito boa e que vamos prevalecer. Estamos trabalhando com a Eneva em todo o desenho da relação entre as empresas nesse consórcio”, disse.

Com 28 concessões e infraestrutura associada localizadas nas Bacias do Recôncavo e Tucano, o Polo Bahia Terra é um dos maiores ativos terrestres do processo de desinvestimentos da Petrobras. “A minha impressão é que essas questões jurídicas vão ser solucionadas antes que questões de macroeconomia ou eleitorais sejam influentes em relação a esse negócio. Monitoramos esses temas, que podem vir a ser uma questão em algum momento, mas não são ainda”, afirmou.

Segundo Magalhães, ao todo, a PetroRecôncavo prevê perfurar 44 poços nas áreas que já adquiriu nos processos de venda de ativos da Petrobras nos últimos anos. O executivo destacou que a empresa pretende ampliar as aquisições e contratações de novas sondas.

PetroRecôncavo espera assinar ‘em breve’ contrato

“Os resultados de perfuração têm se mostrado de forma intensa e pretendemos seguir com essas campanhas”, afirmou.

Nesse sentido, o executivo destacou que a produção do Polo Miranga, na Bacia do Recôncavo, cresceu 80% desde que a PetroRecôncavo assumiu o ativo, em dezembro.

De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores, Rafael Cunha, a companhia tem sentido uma pressão inflacionária relacionada à alta de custos no setor de petróleo.

“Temos sentido um pouco de pressão inflacionária, especialmente na linha de materiais, assim como toda a indústria. Mas, de modo geral, isso está dentro de patamares controlados”, disse.

Cunha acrescentou também que, no contexto da alta de preços, a receita do segmento de gás tem crescido.

“A participação da receita de gás vem crescendo de forma bastante significativa, o que já prevê uma diversificação de receitas e reduz a nossa necessidade de fazer hegdes [proteções cambiais] para o petróleo”, afirmou.

O presidente da PetroRecôncavo disse ainda que a companhia vai analisar o processo de venda do Polo Urucu, na Bacia do Solimões, quando for relançado pela Petrobras. A petroleira também segue atenta ao processo de oferta permanente de áreas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a ativos de gás, apontou Magalhães. Segundo ele, a empresa também avalia ativos no exterior e em águas rasas, mas o foco da PetroRecôncavo em aquisições seguirá sendo ativos terrestres para revitalização.

“Acreditamos que à medida em que se aproxima o fim do processo de desinvestimentos da Petrobras vai haver uma consolidação no mercado. Ainda existem muitos pequenos produtores para os quais podemos agregar valor”, afirmou… leia mais em Valor Econômico 11/08/2022