O Estrangeiro nunca investiu tanto dinheiro na bolsa brasileira. No acumulado do ano até 27 de dezembro, já são 99,6 bilhões de reais injetados na B3, quantia que deve passar da casa dos 100 bilhões de reais, em vista que ainda faltam três pregões para entrar nessa conta e há o montante investido em IPOs e follow-on(oferta subsequente de ações) neste mês — valor que só será revelado em janeiro. Na comparação com 2020, quando entraram 7,4 bilhões de dinheiro estrangeiro na bolsa, os aportes subiram mais de 1.200%. Ainda assim, tamanho investimento não foi suficiente para colocar o headtopics.com

Ibovespa no positivo, uma vez que as retiradas institucionais e de pessoas físicas superaram essa quantia e o índice já amarga uma queda de 12% em relação ao ano anterior. Mas afinal, por que os estrangeiros colocaram tanto dinheiro aqui? Para os analistas, a principal razão é o fato da bolsa brasileira apresentar uma das maiores desvalorizações globais, enquanto índices americanos como Nasdaq e S&P 500renovam suas máximas históricas a cada dia.

“É natural que eles busquem alternativas em outros mercados porque em algum momento essas bolsas vão realizar o lucro”, avalia Rodrigo Barreto, analista da corretora Necton. “Os ativos daqui estão muito descompassados em relação à performance das companhias. Nós vimos, e os estrangeiros também, os resultados operacionais das empresas que vieram, em grande parte, acima do esperado, o que não justifica este recuo expressivo dos últimos meses”, pontua.

Por que estrangeiros injetaram R$ 100 bi no Ibovespa
OPOSTOS - Bolsa de Nova York (acima) e B3: a americana sobe, a brasileira oscila – Spencer Platt/Getty Images; Renato S. Cerqueira/Futura Press/.

O fato desses estrangeiros estarem dolarizados também diminui os riscos de eventuais prejuízos, uma vez que a desvalorização do real frente ao dólar foi acentuada em 2021. No ano, a alta já é de 8,72%. “O poder de compra de quem está dolarizado aumenta consideravelmente com a desvalorização cambial. O investidor consegue comprar mais do que no passado, e isso acontece ao mesmo tempo em que bolsa brasileira é uma das únicas do mundo em viés negativo”, analisa Barreto. Resta saber se a aposta será transformada em lucro no ano que se aproxima. Leia mais em Veja 30/12/2021