Prada flerta com Versace
A Prada está interessada em adquirir a Versace, movimento que, se levado adiante, pode unir duas das grifes mais tradicionais da moda italiana sediadas em Milão. Segundo a Bloomberg, a dona da MiuMiu começou a diligência para avaliar uma proposta, que pode não ser levada adiante em uma oferta formal.
A companhia de Donatella Versace, criada pelo irmão Gianni Versace em 1978, é propriedade do conglomerado americano Capri Holdings, também dono da Michael Kors e Jimmy Choo – o grupo comprou a italiana em 2018 por US$ 2,1 bilhões.
Após a notícia, as ações da Prada circulvam em queda de 0,79% na bolsa de Hong Kong, onde a italiana está listada desde 2011. Já a Capri operava em alta de 3% na NYSE nesta quarta.
Em janeiro, a Reuters havia noticiado que a Prada havia contratado o Citi para comandar o processo, enquanto a Capri contratou o Barclays para avaliar a venda da Versace e da Jimmy Cho. Firmas de private equity também estão avaliando o negócio
O próprio grupo Capri pode estar inteiro à venda, disse uma fonte à Reuters. A possibilidade começou a ser aventada depois que uma fusão com a Tapestry (dona da Coach), negociada a US$ 8,5 bilhões em 2024, foi por água abaixo em novembro do ano passado.
Avaliada em US$ 176 bilhões, a Prada é um dos poucos nomes do mercado de luxo que não é uma propriedade de companhias globais. Gerida pelo casal Miuccia Prada e Patrizio Bertelli, a marca é dona da MiuMiu, queridinha da geração Z (e um sucesso no TikTok), da Church’s, Car Shoe e Marchesi 1824. No último trimestre fiscal, concluído em setembro, a companhia registrou alta de 18% na receita líquida, de 3,8 bilhões de euros. O resultado do fim de ano deve ser apresentado em março.
O desempenho e história da Prada contrastam com o restante dos conglomerados da moda, que vêm apresentando mau resultado – estima-se que o setor, ao todo, gere US$ 400 bilhões em vendas em 2024.
A Capri, dona da Versace, viu as vendas encolherem no último trimestre de 2024, quando registrou US$ 1,26 bilhões de faturamento (diminuição de 11,6% em relação ao ano anterior).
A gigante francesa LVMH (dona da Louis Vuitton, Dior, Tiffany, Dom Pérignon e outras dezenas marcas de vestuário, joalheria e bebidas) registrou faturamento de 23,9 bilhões de euros no último trimestre de 2024, número estável em relação ao ano anterior. Já a rival Kering (da Yves Saint Laurent, Gucci, Balenciaga, Bottega Veneta, Alexander McQueen e de 30% da Valentino) apresentou faturamento de 4,4 bilhões de euros no mesmo período, encolhimento de 12% em relação a 2023… leia mais em Pipeline 19/02/2025