Durante algum tempo, a Klarna ostentou o status de fintech mais valiosa da Europa, superando a marca de US$ 46 bilhões. Em julho deste ano, porém, veio o choque de realidade. Ao captar US$ 800 milhões, a companhia viu seu valuation despencar para US$ 7 bilhões e se tornou o maior símbolo da nova realidade no mercado de venture capital.

Até aquele momento, no entanto, os motivos por trás dessa queda livre na avaliação da empresa sueca estavam apenas no plano das especulações. Mas nesta quarta-feira, 31 de agosto, as razões tornaram-se claras após a fintech divulgar alguns de seus indicadores financeiros relativos ao primeiro semestre.

Nos primeiros seis meses de 2022, a Klarna apurou um prejuízo líquido próximo de US$ 581 milhões, valor que supera em mais de quatro vezes a cifra registrada em igual período do ano passado, quando a startup também reportou uma perda de pouco mais de US$ 131 milhões. A última vez que a empresa teve lucro foi em 2019.

O crescimento do prejuízo poderia ser compensado com um aumento exponencial nas vendas. Não foi o caso. A receita cresceu 24% no período, ficando próxima de US$ 855 milhões. O avanço foi maior nos Estados Unidos, mercado no qual a companhia tem aproximadamente 30 milhões de usuários, cerca de um uinto do total.

rejuízo gigantesco e crescimento lento

A Klarna atribuiu os resultados aos custos mais altos com funcionários e às perdas crescentes de crédito, o que prejudicou a captação de novos clientes. Outra justificativa foram os custos para a integração da PriceRunner, empresa de comparação de preços comprada pela fintech em abril deste ano, por € 930 milhões.

“A Klarna está operando em um ambiente muito diferente no primeiro semestre de 2022”, disse Sebastian Siemiatkwski, CEO e cofundador da Klarna, na divulgação dos resultados. “Quando definimos nossos planos de negócios para 2022, no outono do ano passado, era um mundo muito diferente do que estamos hoje.”

Com um serviço de buy now, pay later, a Klarna chegou a conquistar um grande número de usuários, mas agora enfrenta desafios que envolvem a piora das condições macroeconômicas. O aumento da inflação e das taxas de juros faz com que o consumo diminua – o que prejudica diretamente uma empresa que aposta nesse modelo.

O que também impacta o negócio é o escrutínio regulatório em … leia mais em NeoFeed 31/08/2022