Um erro metodológico identificado nos estudos técnicos referentes à privatização da Eletrobras revelou uma subavaliação “gigantesca” no valor da outorga que deverá ser paga ao governo pelos novos donos da empresa. O montante exato só será conhecido quando o ministro Vital do Rêgo devolver o processo ao plenário do Tribunal de Contas da União (TCU), o que deve ocorrer entre o fim deste mês e o começo de março.

Vital pediu vista do caso na última sessão do ano passado, quando o relator, ministro Aroldo Cedraz, apresentou seu voto com uma série de ressalvas, entre as quais o próprio valor da outorga, definido em R$ 23,2 bilhões.

Segundo o Valor apurou, o gabinete de Vital do Rêgo identificou uma falha metodológica relacionada à potência das usinas hidrelétricas da Eletrobras, o que revelou subavaliação “expressiva” no valor final da outorga. O suposto erro elevaria em bilhões de reais o montante a ser pago pelos novos controladores.

O governo pretendia realizar neste ano a capitalização da estatal, mas o calendário eleitoral e os entraves no TCU colocam a programação em sério risco. Anunciado na gestão do ex-presidente Michel Temer, o processo de privatização da Eletrobras está em tramitação no TCU desde 2018.

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Na última sessão do ano passado, o ministro Walton Alencar, considerado um aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), demonstrou desconforto com o pedido de vista e disse que o TCU estava dando ao mercado a impressão de que a Eletrobras “não seria privatizada”…..Saiba mais em Valor Econômico 02/02/2022