Colocada à venda pela Enel, a Companhia Energética do Ceará (Coelce) tem potencial para atrair muitos interessados.

“A Coelce é uma concessão ‘bem arrumadinha’; um ativo interessante pela simplicidade,” disse um gestor.

A Enel anunciou ontem um plano estratégico para 2023-25 para reduzir seu endividamento. O plano inclui a venda de bilhões de euros em ativos – e a saída da empresa da Argentina e do Peru.

A Enel controla a Coelce com 74% das ações; a Eletrobras tem 7%.

A italiana tentou, sem sucesso, fechar o capital da Coelce em 2014. A Distribuidora cearense seguiu listada, mas tem liquidez muito baixa. “Geralmente quem quer ter exposição em Coelce acaba olhando mais a Enel.”

Durante o Copel Day realizado ontem, o CEO da empresa, Daniel Slaviero, disse que pretende olhar a Coelce. Um dos objetivos do plano estratégico apresentado ontem pela empresa do Paraná é a compra de uma distribuidora em outro Estado, segundo a Broadcast.

Os vizinhos da Coelce são Equatorial e Neoenergia, que potencialmente tem mais sinergias para fazer um bid mais agressivo e levar o ativo,” disse um analista do buy side. “Mas outros devem correr por fora. Será um processo competitivo, bom para a Enel.”

Um outro analista acredita que o ativo estaria mais para uma Energisa ou eventualmente a Neoenergia. “A Equatorial está em áreas mais complexas, que necessitam de turnaround.”

Para outro gestor, quem tem balanço hoje para fazer o deal é a CPFL. “Como o mercado não está para peixe, ter balanço parece ser o diferencial.”

A concessão é grande. A RAB (base de remuneração) da Coelce gira próximo a R$ 8 bilhões e os M&As têm saído por volta de 1 a 2x EV/RAB.

“O enterprise value da companhia poderia ser qualquer coisa entre R$ 8 bi e R$16 bi. Aí vai depender do apetite do comprador,” disse um analista…. saiba mais em Brazil Journal 23/11/2022