Ramax assume operações do frigorífico Bon-Mart
O grupo Ramax, que atua na produção e exportação de carne bovina em Mato Grosso, vai assumir as operações do tradicional frigorífico Bon-Mart, de Presidente Prudente (SP). O plano é “virar a chave” da unidade para o mercado externo e aumentar em mais de 70% o faturamento da empresa do interior paulista. A previsão é alcançar receita de R$ 1,2 bilhão já em 2025, principalmente com o embarque de cortes para a China.
A operação não envolve aportes, segundo as empresas, e é uma parceria na qual o Bon-Mart ficará com parte do faturamento.
A planta da Bon-Mart já é habilitada para exportar à China, mas a gestão mantinha o foco na venda de carne com osso ao mercado interno. Apenas 10% do faturamento atual, de R$ 700 milhões em 2024, é oriundo de exportações. A Ramax quer elevar essa fatia para entre 60% e 80%, com abate inicial de 500 cabeças por dia a partir de janeiro. A meta, afirma Magno Gaia, CEO do grupo, é embarcar 2,7 mil toneladas de carne bovina desossada por mês no ano que vem.
“O frigorífico tem um modelo de negócio mais tradicional, está há décadas no mercado e é muito respeitado. Vamos mudar a visão dele e levar para um faturamento melhor na carne”, diz Gaia. A Ramax deve investir R$ 20 milhões em melhorias e adaptações operacionais e de performance na planta, principalmente para o congelamento dos produtos e o aproveitamento da capacidade total de abate e de desossa, de 780 e 600 animais por dia, respectivamente.
No primeiro trimestre de 2025, o grupo espera habilitar a unidade para exportar aos Estados Unidos, segundo ele. Além da China, o estabelecimento já tem aval para vender ao Chile e a países da União Europeia.
Para competir em um ramo dominado por gigantes, como JBS, Minerva e Marfrig, a aposta da Ramax é na conexão direta com os consumidores finais chineses, com o uso, inclusive, de plataformas para “distribuição digital” das carnes a restaurantes e hotéis chineses.
A ferramenta funciona como uma “Amazon ou Alibaba das carnes”, compara Gaia. Há planos para adotar o modelo também nos Estados Unidos. Segundo ele, além do reforço financeiro e econômico, a estratégia ajuda a solidificar a marca de pequenas e médias empresas em mercados de alta concorrência.
“Vamos conseguir colocar caixas de carnes produzidas no Bon-Mart em lugares que nunca chegaram antes, conectando diretamente com o restaurante, não no porto”, antevê. A produção de carnes da unidade de Presidente.. leia mais em GloboRural 16/12/2024