Com soluções de hardware e software para coleta e análise de dados para a indústria 4.0, a Sirros IoT transformou em sócias algumas gigantes que já eram clientes. A Randon Ventures, o corporate venture capital da Randon, liderou um aporte de R$ 5,2 milhões na startup gaúcha. O Açolab, CVC da ArcelorMittal, e o BR Angels acompanharam a rodada.

“A Sirros é uma empresa bem emblemática para nós porque foi a primeira que se conectou à nossa operação nessa jornada de inovação. Como fornecedores, ajudaram a iniciar o processo de transformação digital das nossas plantas”, diz Mateus de Abreu, diretor de negócios e estratégias digitais da Randon e diretor da Randon Ventures. “Temos uma série de projetos no roadmap e, com essa nova parceria, vamos poder potencializar esse trabalho e apoiá-los também com o know-how”.

Lançado em fevereiro de 2020, o fundo da Randon já investiu cerca de R$ 26 milhões em oito startups até agora.

O modelo de negócios da Sirros pode ser chamado de Haas (hardware as a service). Com o uso de pequenos dispositivos, a Sirros ajuda a monitorar temperatura, umidade relativa do ar, níveis de ruído, luminosidade e níveis de CO2 dentro das plantas de suas clientes. A principal solução, no entanto, é a digitalização do maquinário, que permite fazer o controle de eficência em tempo real. Hoje, 95% da indústria brasileira ainda opera com dados defasados em pelo menos um dia. Em alguns casos, com delay de semanas.

Randon e ArcelorMittal
Pixabay

“Estamos sendo bastante seletivos na escolha dos parceiros. Desde agosto de 2021, quando iniciamos a operação do fundo, mais de 600 startups já foram avaliadas”, afirma Rodrigo Carazolli, gerente geral de inovação e novos negócios da ArcelorMittal. “Temos buscado startups que atuam em setores alinhados à nossa tese de investimento e, sobretudo, que tenham bons empreendedores e capacidade de serem alavancadas com o apoio da companhia. Esse é o caso da Sirros IoT, nosso segundo investimento pelo Açolab Ventures.”

Até hoje, a startup fundada por cinco sócios em 2016, na cidade de Novo Hamburgo — um grande polo industrial que se destaca pela produção de calçados —, operou em bootstrapping. Com foco inicial em médias fábricas locais, a empresa percebeu que poderia solucionar o mesmo problema para gigantes, com ticket médio maior e mais apoio estrutural para P&D. Desde então, conquistou clientes de diversos setores, entre eles Suzano e BRF. Atualmente, atua em 50 plantas no país.

“Essa é mais uma rodada que mostra que o co-investimento funciona bem, continua forte como tendência e é bom para o mercado”, diz Orlando Cintra, fundador e CEO do BR Angels. “Com os executivos que a gente tem no nosso ecossistema, a gente pode abrir portas com Klabin, Rio Doce, Vale. São muitas as possibilidades de match.”

O aporte vai ajudar a otimizar a plataforma de IoT em nuvem, acelerando o processo de onboarding — que já é um dos mais rápidos do país. Outro foco dos investimentos será a expansão do time comercial. A Sirros conta hoje com apenas 32 funcionários em todos os seus setores. Além do escritório em Novo Hamburgo, os colaboradores se dividem entre um posto de atendimento em Porto Alegre e outro em Caxias do Sul. Outras unidades devem ser inauguradas em breve em São Paulo e Belo Horizonte, para atender melhor a clientes de mineração e siderurgia… leia mais em Pipeline 10/08/2022