As varejistas de moda Renner e Riachuelo estão desovando, juntas, R$ 3,5 bilhões em dívidas de clientes inadimplentes. A ideia com a venda dessas carteiras compostas por “carnês em atraso” normalmente é melhorar a posição de caixa e as margens financeiras das companhias. A inadimplência tem crescido de forma significativa no País e afetado todas as empresas que concedem crédito. As grandes varejistas de moda também se enquadram nessa categoria, segundo o sócio da consultoria especializada em varejo Mixxer, Eugênio Foganholo.

Riachuelo coloca à venda dívidas não pagas pela segunda vez

Esta é a primeira vez que a Renner se desfaz de uma carteira de crédito “podre”. No total, ela soma R$ 900 milhões. Já a Riachuelo está colocando à venda dívidas não pagas pela segunda vez. Agora, oferece créditos no valor total de R$ 2,5 bilhões. No ano passado, a varejista ofertou R$ 1 bilhão nessa categoria.

Esse é o valor de face das carteiras, que são vendidas por entre 2% e 10% do montante, a depender de quanto tempo estão vencidos os empréstimos. Os que venceram há menos tempo tendem a valer mais porque são, em teoria, mais fáceis de recuperar. No caso de Renner e Riachuelo, as carteiras têm vencimentos variados, de seis meses a 10 anos.

Atrasos têm crescido

No caso da Renner, por exemplo, os valores vencidos representaram 28,8% do cartão private label no segundo trimestre de 2022. Um ano antes, o índice era de 24,3%. Na carteira completa, composta pelo Cartão Renner e o “Meu Cartão”, a porcentagem em atraso foi de 24,3% ante 17,5% um ano antes. A empresa ainda reportou inadimplência acima de 90 dias em 15,6% da carteira, frente a 11,4% um ano antes.saiba mais em Estadão 12/10/2022