Os fundamentos do Brasil posicionam o país como principal mercado para aumento de tomada de risco entre investidores estrangeiros nos próximos meses e em 2023, avaliou o economista chefe da Galapagos Capital, Jaime Valdivia, que participou do congresso da Associação Brasileira dos Fundos de Pensão (Abrapp). Segundo o especialista, o resultado das eleições não impacta no fluxo de recursos de fora para o país no futuro próximo.

“Temos conversado com muitos investidores estrangeiros e, em termos gerais, não há uma diferença significativa de perspectivas entre um candidato e outro. A mudança recente do Congresso brasileiro é vista como importante para limitar risco de políticas que possam colocar em risco a estabilidade fiscal.”

De acordo com Valdivia, uma pesquisa do J.P. Morgan com 250 investidores internacionais, realizada durante o encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, indicou que 40% dos entrevistados apontaram o Brasil como destino de investimentos. “Isso indica que a percepção de oportunidades de estrangeiros é muito favorável ao Brasil e, em boa parte, devido ao aperto monetário já realizado pelo BC para controlar a inflação”, disse. Segundo o economista, “o segundo lugar da pesquisa, o México, apareceu com distantes 15% das intenções”.

O especialista da Galápagos avaliou ainda que no curto e médio prazos pressões sobre preços de commodities tendem a se manter e isso beneficia o Brasil. “Na medida que o crescimento da China volte a decolar e as condições globais se estabilizem, preços das commodities agrícolas e metais vão ter mais altas, provavelmente, mais ao final de 2023. Os investimentos no Brasil parece ter fundamentos melhores do que a alocação no exterior [para 2023].”

Segundo o economista, no ano que vem, a economia brasileira vai desacelerar, mas entrará em recessão. Além disso, a taxa de juros vai começar a baixar. “Tem pontos a serem considerados, principalmente o risco fiscal”, pontuou Valdivia.

“É importante o próximo governo dar um sinal de manter os fundamentos bem ancorados para que os investimentos no Brasil não sejam apenas um investimento de curto prazo.”… saiba mais em Valor Investe 21/10/2022