A tecnologia da informação (TI) nacional deve tornar-se um segmento importante na balança comercial entre os parceiros de Mercosul Brasil e Argentina. Atualmente essa troca está polarizada pelo setor automobilístico, siderúrgico e calçadista.

O nicho maior para serviços e sistemas já foi detectado por empresas brasileiras que atuam no mercado vizinho, como Resource IT (serviços), Positivo (computadores) e Totvs (software). Além da demanda crescente na Argentina por tecnologia, há no vizinho, para as empresas brasileiras, mão de obra especializada – e barata – em contrapartida. “O mercado argentino é ávido por produtos de tecnologia, e as condições laborais lá são muito mais baratas do que as oferecidas no Brasil, o que viabiliza a entrada de novos players no país vizinho”, explica Rogério Oliveira, presidente do Conselho da Resource IT Solutions, companhia brasileira que possui operação na Argentina desde novembro do ano passado.

Já Nelson Wortsman, diretor de Infraestrutura e Convergência Digital da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), aponta que o País ainda exporta uma baixa quantidade de serviços, ficando atrás de outros países emergentes que compõem o bloco chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

“Enquanto que a Índia exporta cerca de US$ 60 bilhões ao ano em serviços de tecnologia, o Brasil fica apenas abaixo da linha dos US$ 3 bilhões. Contudo, para aumentarmos essa margem, parcerias como a existente entre Brasil e Argentina são fundamentais porque as demandas se complementam entre os mercados”, diz.

De acordo com a consultoria econômica argentina Abeceb, o Brasil registrou superávit comercial de US$ 5,8 bilhões com a Argentina em 2011, equivalente a 42% a mais do que o saldo favorável ao mercado brasileiro em 2010. Nos últimos nove anos, o País acumulou superávit de US$ 29 bilhões. Segundo números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os serviços de TI estão embutidos nos cerca de 29% da categoria “outros produtos”, representando US$ 6,12 bilhões nos negócios feitos entre janeiro e novembro do ano passado. bruno de oliveira
Fonte:dci05/01/12