Marketplace de compras coletivas e automatizadas para empresas, a Smarkets vinha chamando a atenção do mercado pelos resultados alcançados em cortes de custo para grandes companhias — no ano passado, o Grupo Ultra, por meio da UVC, aportou R$ 5 milhões na startup. Mas foi a atenção com a diversidade de gênero, num mercado dominado por homens, que atraiu ninguém menos que a Microsoft para o cap table.

A gigante de tecnologia acaba de investir R$ 4,6 milhões na Smarkets, por meio do fundo WE Ventures, nome que vem de Women Entrepreneurship — uma iniciativa de estímulo a startups de tecnologia comandadas por mulheres. A empresa calcula que 85% dos cargos de liderança no setor de compras ainda é masculina. Com o cheque, a startup vai tracionar o setor comercial e investir na atração de sellers: a meta é triplicar a base, que hoje conta com 10 mil fornecedores.

À frente da companhia, a fundadora e CEO Mônica Granzo convidou Mary Albuquerque (Positivo, iG, RBS) para ser sua sócia e priorizou profissionais mulheres, negros e LGBT+ desde o início das contratações. Hoje, a empresa se orgulha da equidade numérica e de remuneração entre homens e mulheres na equipe, de cerca de 80 pessoas – exceto na área de tecnologia, onde as executivas ainda buscam mais programadoras para balancear o time.

Leia também demais posts relacionados a Marketplaces no Portal Fusões & Aquisições.

Sob liderança feminina
Freepik

Para as sócias, o aporte do fundo especializado da Microsoft pode fortalecer a Smarkets como marca empregadora e atrair os tão cobiçados talentos do ramo de TI. “Nós assumimos ainda mais o posicionamento e o compromisso de ser uma empresa plural. Agora, a gente tem uma grande missão de reduzir o gap na nossa área de tecnologia”, diz a CEO. A bigtech aloca menos de 3% dos recursos deste fundo para startups de marketplace.

Como consultora e head de compras corporativas na angolana de energia Sonangol e, mais tarde, na Pró-Saúde, e também investidora na GVAngels, Mônica via as companhias gastarem mais pelo pouco poder de barganha com fornecedores, mesmo sendo grandes consumidoras. A solução era juntar os pedidos e conseguir descontos progressivos, além da redução nos prazos de entrega. “Em algumas empresas, em menos de dois meses, conseguimos mais de R$ 15 milhões em economia”, diz Mary.

Operando no modelo req-to-check, no qual a startup controla desde o pedido de suprimentos até o pagamento das faturas, a Smarkets já atraiu 30 grandes clientes dos mais diversos setores para sua carteira, como Unimed, Sírio-Libanês, Cogna, Tigre, Gerdau e Itaú…….leia mais em Pipeline 17/02/2022