Startup de ex-executivos do Nubank capta R$ 3 milhões para transformar processos seletivos com IA
A startup DigAí, que utiliza inteligência artificial para tornar os processos seletivos mais produtivos para os candidatos, anuncia nesta terça-feira (30/7) um aporte de R$ 3 milhões, levantado em rodada com executivos como Ed Wible, cofundador do Nubank, Mateo Bryant, CFO da Minted e ex-CFO da Uber, e o fundo internacional By Founders for Founders.
Fundada em 2023 pelos ex-executivos do Nubank Christian Pedrosa e José Melendez, a startup vai direcionar o capital para tracionar o negócio, investindo em desenvolvimento do produto, patrocínio de eventos e aumento do time comercial para criar awareness sobre o produto, que já foi validado em clientes como Companhia de Estágios, CIEE, Zerezes e Nubank.
“A inteligência artificial é uma chance para o país consertar vários problemas. O jovem tem acesso a muitas informações pelo celular, então existe uma oportunidade de mudança social pela tecnologia”, opina Pedrosa, CEO da startup.
Ele conheceu o sócio quando trabalhavam juntos no time de cibersegurança da fintech brasileira, por cerca de dois anos e meio, entregando projetos em parceria. Enquanto estava no unicórnio, Pedrosa implementou uma frente de trabalho voluntário na empresa: habituado a atuar com filantropia desde a adolescência, ele passou a ensinar programação para jovens de colégios estaduais de São Paulo. Foi dessa experiência que veio a ideia para o embrião da startup.
A versão inicial, chamada Edutalent, buscava preparar esses estudantes para preencher vagas de programadores, com alta demanda no mercado, mas eles perceberam que precisavam ir além. “Muitos aprendiam a programar, mas não tinham inteligência emocional para chegar em uma entrevista de emprego e responder perguntas difíceis. Aí, perdiam as vagas”, conta. Os sócios passaram a trabalhar na DigAí, uma solução que faz uma primeira entrevista, por áudio, e traz feedbacks imediatos para os participantes, ajudando a treiná-los para a situação.
Ainda dentro do Nubank, eles captaram uma primeira rodada com o Incubate Fund para desenvolver o MVP. Os sócios decidiram direcionar o produto para agentes integradores e empresas de software que fazem recrutamento em massa e precisam de conhecimento em assuntos específicos, o que nem sempre é encontrado em áreas de recursos humanos tradicionais. Depois, eles levantaram outra rodada com executivos para contratar a equipe e focar totalmente na startup.
Quando as empresas contratam a DigAí, podem criar as vagas pela plataforma, em que a IA sugere perguntas a partir das descrições dos cargos, e enviar o link pelo WhatsApp dos candidatos. Quem participa do processo pode selecionar se quer treinar ou já partir para a entrevista oficial, gravando em áudio suas respostas para as perguntas propostas. O som é interpretado pela tecnologia, que envia um feedback instantâneo ao candidato, com pontos a melhorar. Na outra ponta, a empresa tem acesso a um ranking dos participantes, com a possibilidade de ouvir os áudios e ver o parecer da IA.
“Aumentamos a objetividade das empresas e trazemos inclusão, porque, com a economia de tempo, elas podem ouvir os candidatos independentemente de onde eles fizeram faculdade e da experiência prévia. O produto é metade do preço de um recrutador básico e permite avaliar em inglês. A IA sabe de programação, de direito penal”, diz o CEO.
A DigAí opera no formato SaaS, com pacotes de crédito. O foco comercial no primeiro momento são empresas grandes, do varejo, consultorias de RH e agentes integradores (CIEE, Companhia de Estágios). Atendendo oficialmente os clientes desde fevereiro deste ano, a receita da startup está crescendo 30% por mês e a estimativa é de faturar R$ 1 milhão nos primeiros 12 meses de operação…. leia mais em PEGN 30/07/2024