A Factorial, startup espanhola de RH, anunciou um aporte série C de US$ 120 milhões (cerca de R$ 600 mi), nesta terça-feira (11). Com isso, a empresa passa atinge o valor de mercado de US$ 1 bilhão e passa a deter o título de unicórnio.

A rodada de investimentos foi liderada pelo grupo europeu Atômico e teve a participação do GIC (fundo soberano de Cingapura), além dos investidores anteriores, como Tiger Global, CRV, K-Fund e Creandum.

Segundo a empresa, a operação não foi fácil, tendo em vista que os investidores estão mais exigentes. O mercado de tecnologia ao redor do mundo tem sofrido com o fechamento de uma torneira de investimentos que foi, de certa forma, bastante generosa entre 2020 e 2021.

“Os investidores estão atentos não apenas ao crescimento, que sempre foi a prioridade número um para o capital de risco. Mas agora à lucratividade, eficiência e o tamanho do mercado, em uma combinação desses aspectos”, revela Jordi Romero, CEO e fundador da Factorial, com exclusividade ao Infomoney.

A última rodada de investimentos -de série B- ocorreu em setembro do ano passado, quando a startup levantou US$ 80 milhões. O executivo destaca que a maior parte desse montante ainda não foi usado, mas já tem destino certo: acelerar a expansão, investir em produtos e contratar pessoas.

De posse do novo cheque, a hrtech pretende criar um ecossistema completo de produtos para o departamento pessoal, com foco nas pequenas e médias empresas. A ideia é oferecer um software de RH Digital que substitua o trabalho manual do setor e centraliza processos como recrutamento, seleção, admissão, registro de ponto, férias, avaliação de desempenho e variáveis nas folhas de pagamento. “As PMEs são muito pouco atendidas no atual mercado de software de RH, que se concentra em atrair grandes empresas e estes produtos são frequentemente muito complexos e caros para as pequenas empresas”, aponta o sócio da Atomico Luca Eisenstecken.

“Começamos com as principais funcionalidades, como diretório de funcionários, documentos, contratos e gerenciamento de tempo. Depois, também entramos no desenvolvimento de talentos. Neste ano, estamos desenvolvendo muito em torno do aspecto financeiro do RH”, conta Romero.

Brasil nos planos

Segundo Jordi, parte do dinheiro adquirido será usado para expandir as operações da companhia, especialmente no Brasil e no México, que são os dois principais mercados na América Latina. A companhia mantém 80 funcionários na divisão brasileira.

“O Brasil é hoje o mercado que mais cresce para nós, o que significa que é onde vamos investir mais dinheiro. Então, vamos contratar mais pessoas em nosso escritório em São Paulo e também estamos investindo muito na confecção do nosso produto”, explica.

Ele lembra que a legislação brasileira é muito específica e que, por isso, há produtos que devem ser criados exclusivamente para essa realidade. “É preciso investir muito na adaptação do produto às regulamentações locais. Fizemos muito disso, mas ainda queremos fazer muito mais para ter empresas mais resilientes”, conclui.

A Factorial foi criada em Barcelona, na Espanha, em 2016, por três sócios: Jordi Romero (CEO), Bernat Farrero (CRO) e Pau Ramon (CTO). Atualmente, a startup atua em 9 países e soma mais de 70 mil clientes… leia mais em Índices Bovespa 11/10/2022