Empresas não informaram o valor da operação; Startup, fundada por Manolo Machado (centro), tem planos para expandir seus negócios no Brasil e outros países da América Latina

O grupo gaúcho Triel, de logística para a agroindústria, fez um investimento minoritário na startup Silo Verde, de São Leopoldo (RS). O anúncio foi feito durante uma das maiores feiras de agronegócios do mundo, a International Production & Processing Expo, em Atlanta, no Estados Unidos. O evento terminou na última quinta-feira (14/2), mas só agora as empresas comunicaram o mercado brasileiro. O percentual acionário adquirido pela Triel e os valores da operação não foram revelados.

“Por contrato, não podemos divulgar o valor da transação. Os sócios da Silo Verde continuam como majoritários. O investimento da Triel e o conhecimento da empresa no mercado brasileiro e latino-americano vão permitir que a Silo Verde comece um novo ciclo de expansão”, disse a StartSe Manolo Machado, CEO e fundador da Silo Verde, que tem como sócio Mauricio Bruno, diretor comercial da startup.

Para Darlan Dala Rosa, sócio da Triel, se juntar a uma startup inovadora e de alta tecnologia, aderente ao portfólio de produtos e serviços da Triel, “está dentro da estratégia da empresa de se consolidar cada vez mais em seu mercado”.

A Silo Verde foi fundada por Manolo Machado, em 2015, na época estudante de processos gerenciais na universidade Unisinos. A startup oferece uma solução sustentável para o armazenamento de rações ou grãos com redução do desperdício e aumento na rentabilidade do pequeno e médio produtor rural.

Os empreendedores desenvolveram um silo construído a partir de matérias-primas poliméricas recicladas e de alta resistência, oriundas de garrafas PET, com montagem extremamente rápida e a um custo menor se comparado com os produtos do mercado. Hoje, a Silo Verde tem silos em cerca de mil propriedades rurais dos três estados do Sul. A empresa também fornece um software que analisa condições de armazenamento como umidade, temperatura e consumo.

“Resolvemos um problema econômico, por fazermos um produto mais barato que resolve problemas de armazenagem e gera mais renda, e outro ergonômico, por melhorarmos a qualidade de vida dos produtores, que não precisarão passar o dia todo carregando sacas”, diz Machado.

O maior dos silos fabricados pela Silo Verde tem capacidade para armazenamento de oito toneladas e mede de quatro a cinco metros de altura por dois metros de diâmetro. Ele é fabricado a partir de garrafas pet, de até 30 centímetros, encaixadas umas nas outras e ajustadas por cintas.

Ao longo das pesquisas que resultaram na startup, Machado percebeu a dificuldade que os pequenos produtores tinham para armazenar grãos em razão do alto custo da estrutura. Com a reciclagem de material, a empresa conseguiu baratear o preço do silo e gerar benefícios ambientais ao aplicar toneladas de plástico que poluiriam o ambiente por centenas de anos.

Entre as vantagens do produto, paredes interiores lisas – que não geram resistência ou acúmulo de produtos; sistema modular de placas (desmontadas, são de fácil transporte e de baixo custo); condutividade térmica inferior que protege o produto; possibilidade de comercializar o produto nos momentos de melhor oferta e preços; e melhor proteção ao ataque de pragas.

O investimento do grupo Triel coroa uma sequencia de reconhecimentos que a Silo Verde vem conquistando desde a sua fundação. Entre as premiações recebidas, Machado destaca os troféus Vencedores do Agronegócio e Três Porteiras, concedidos pela Federasul, e o Prêmio Eco Brasil, da Amcham Brasil, que reconhece as maiores inovações em práticas e produtos sustentáveis do país. Em 2017, a startup gaúcha foi selecionada, dentre 967 starups, pela Artemisia, organização sem fins lucrativos que apoia negócios de impacto social, para participar de seu programa de aceleração.
por José Eduardo Costa.. leia mais em starse 19/02/2019