A TIM Brasil vai ancorar o novo fundo de growth da gestora Upload, com um aporte de US$ 50 milhões. Com aporte de outros investidores internacionais e locais, o volume total para investir em startups em fase de forte crescimento pode chegar a US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão). O nome do veículo e o principal investidor já descrevem a tese do do Fundo 5G, o primeiro venture capital específico nesse segmento na América Latina.

“É o primeiro fundo desse tipo na região e uma iniciativa pioneira para o grupo. Enquanto nossa competência no Brasil é tecnologia, o fundo da privado vai investir em companhias que alavanquem essa tecnologia em produtos e serviços, para oferecer um benefício de negócios, de aumento de produtividade ou qualidade”, diz Alberto Griselli, presidente da TIM, destacando as frentes B2B e IoT.

A TIM tem avançado em parceria corporativas, como o contrato com a Ecorodovias, anunciado no início do mês, para cobrir 850 km de três estradas no país com o sinal de 4G de forma ininterrupta, e uma séria de contratos no agro, com empresas como São Martinho e BP Bunge.

TIM vai ancorar fundo da Upload

O fundo será gerido por Mario Ermirio de Moraes Filho e Carlos Simonsen, os sócios da Upload que têm mais que sobrenomes tarimbados. A dupla fez investimentos da ordem de US$ 175 milhões, com recursos de investidores globais e capital próprio, nos últimos quatro anos, num track record que inclui unicórnios como Wildlife e um dos maiores retornos do mercado local no ano passado, que foi a venda da Neoway para a B3.

Os gestores consideram o timing ideal para estar capitalizado e em busca de boas companhias e fundadores. “São nesses momentos de retração ou escassez de capital que os empreendedores são mais cautelosos com o uso dos recursos que investimos”, diz Ermirio de Moraes Filho, ex-piloto de IndyCar que trocou a adrenalina da pista pela adrenalina do universo de inovação e investimentos.

Com o capital da operadora, o fundo já começa a investir e tem duas startups em conversas avançadas. O portfólio final deve ser composto por oito a 10 startups.

Vemos muita oportunidade em SaaS para digitalização de indústrias e em healthcare, um tema que já temos discutido com a TIM”, diz Simonsen, que passou por banco de investimento e private equity na França e Estados Unidos antes de voltar ao Brasil para venture capital. “Como investidora, a TIM não vai ter exclusividade nos serviços de uma investida, mas pode ser um ‘enabler’ importante para a operação da startup, dentro do objetivo do fundo de gerar resultado.”

A operadora pode ser, inclusive, a porta de saída do fundo quando chegar a fase de desinvestimento, se ela tiver interesse no controle de uma companhia, por exemplo. Mas essas possibilidades de M&A serão avaliadas lá na frente, diz Griselli, que coordena as frentes de inovação com o apoio de Fabrizio Bozzetto, o chefe de estratégia (CSO) da TIM Brasil.

O modelo definido pela TIM e Upload ainda é pouco comum no mercado local, onde as companhias têm optado por criar seus próprios veículos de venture capital (os chamados CVCs), com gestão também própria ou de terceiros, mas capital exclusivo. No setor de telecom, a Vivo lançou no ano passado um CVC com R$ 320 milhões.

Além da estratégia de late stage, a Upload também investe em early stage,… leia mais em Pipeline 28/02/2023