A gestora de fortunas Turim acaba de fechar um acordo para absorver a operação de multifamily office da One Partners. A firma fundada por Bernardo Parnes vai seguir com a operação de banco de investimento, enquanto os sócios de wealth, Ricardo Valente e Marcelo Bandeira, passam a compor a partnership da Turim.

A transação não envolve desembolso financeiro entre as firmas – Valente e Bandeira recompram a parte de Parnes nessa área de negócio, deixando as casas sem vínculo societário. O desenho da operação e sua conclusão aconteceram em menos de 40 dias, a partir de um papo no almoço entre Valente e Leonardo Moraes, co-CEO da Turim.

“Era uma conversa despretensiosa, sobre nossa visão de futuro do mercado e dos negócios, e vimos que faria sentido unir a operação”, diz Valente. Os dois se conhecem de longa data – quando Valente trabalhou no Credit Suisse, a Turim era uma de suas clientes. “Além disso, estamos no mesmo prédio, então almoçar juntos e conversar no elevador era muito comum”, emenda Moraes.

A One, em operação desde 2017, vinha buscando caminhos para crescimento nos últimos anos, mas não tinha uma busca ativa por parceiros. A Turim também não estava com consolidação necessariamente na pauta: a gestora tinha outras estratégias orgânicas, como a criação da Tori, com um tíquete patrimonial mais baixo que a marca principal.

As empresas não revelam as cifras sob gestão, mas a One é uma fração do volume da Turim, maior multifamily office independente do país. Nove pessoas da One serão incorporadas ao time de 120 pessoas da Turim.

Os novos sócios dizem que a operação é melhor para os clientes. “Do lado da One, a gente herda de imediato toda a escala que a Turim já possui e isso se traduz em acesso a produtos e capacidade de contratação e retenção de talentos”, diz Valente. “É uma questão recorrente para gente como ter maior valor agregado para o cliente, mas não tínhamos vislumbrado algo com ao tamanho da Turim.”

Para a compradora, há a expansão de equipe e da carteira de clientes, que não tem sobreposição de famílias. “Estamos trazendo senioridade com esse time, que já se muda fisicamente para a Turim, e com uma maneira de trabalhar muito parecida”, diz Moraes.

Ambas têm pouco mais de 50% do volume em investimentos offshore – o que ajuda a afastar a volatilidade atual no mercado brasileiro. “Não é coincidência nem sorte, é estratégia de longo prazo a diversificar de ativos e geografias”, diz o co-CEO da Turim.

A gestora de patrimônio, fundada há 23 anos, trabalha com cliente com patrimônio investido acima de R$ 100 milhões. Segundo a Anbima, o volume de recursos com gestores de fortunas no país é da ordem de R$ 450 bilhões… leia mais em Pipeline 18/12/2024